Epidemiologia molecular, resistência aos antimicrobianos e marcadores genéticos de adaptabilidade em amostras de Pseudomonas aeruginosa obtidas de pacientes com fibrose cística cronicamente infectados: um estudo multicêntrico
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Microbiologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18811 |
Resumo: | As infecções pulmonares crônicas por Pseudomonas aeruginosa são a principal causa de morbi-mortalidade em pacientes portadores de fibrose cística (FC). No Brasil os estudos sobre epidemiologia e resistência desse micro-organismo tem um caráter local. Diante disto, foram selecionados 75 pacientes com infecção pulmonar crônica atendidos em quatro centros de referência no Brasil: Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Rio Grande do Sul; Hospital Especializado Octávio Mangabeira (HEOM), Bahia; Instituto Fernandes Figueira (IFF) e Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), ambos do Rio de Janeiro. As amostras de P. aeruginosa foram obtidas entre maio de 2009 e junho de 2011 e submetidas à tipagem molecular por PFGE; a determinação do perfil de susceptibilidade a antimicrobianos, a detecção de genes de resistência a carbapenens por PCR e ao sequenciamento dos genes mucA e lasr. A tipagem molecular das 274 amostras mostrou 224 clones. Não foram encontrados clones circulantes entre os centros ou dentro de um mesmo centro. No entanto, dois irmãos atendidos no HEOM apresentaram amostras de um mesmo clone e, tanto no IFF quanto no HCPA foram identificados “clusters” de dois pacientes distintos compartilhando um mesmo clone. A infecção crônica é caracterizada pela manutenção de um mesmo clone em cada paciente, porém, a maioria dos pacientes apresentou uma colonização por clones intermitentes. A análise geral do perfil de susceptibilidade mostrou os maiores índices de resistência para amicacina, gentamicina (26%) e cefepime (22%). Na comparação entre os centros verificamos que estes três antimicrobianos também foram os menos efetivos no HCPA, porém no IFF e no HEOM as drogas com maior índice de resistência foram tobramicina e piperacilina/tazobactam, respectivamente, o que indica a adoção de diferentes protocolos de tratamento entre os centros. As amostras do morfotipo Não Mucoide NM (presente nos estágios iniciais da infecção) foram significativamente mais resistentes a tobramicina do que as do morfotipo mucoide (M) (associada à infecção mais tardia) tanto no IFF quanto no HCPA, porém somente neste último as amostras M foram mais resistentes aos β-lactâmicos do que as NM. Cerca de 17% das amostras apresentaram multirresistência e 15(20%) pacientes estavam colonizados com pelo menos uma amostra com este fenótipo. As 24 amostras de três pacientes que apresentaram a manutenção de um mesmo clone foram submetidas ao sequenciamento dos genes mucA e lasR, destas, 14 (58%) exibiram mutações em pelo menos um dos genes, cujas alterações são consideradas marcadores da infecção crônica. Esse trabalho destaca-se por ser o primeiro de caráter multicêntrico no âmbito da FC no Brasil, ressaltando a necessidade de um contínuo monitoramento deste cenário no país. |