Investimentos evangélicos em Psicologia no Brasil: a Psicologia no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil na segunda metade do século XX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Degani-carneiro, Filipe
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15178
Resumo: Este trabalho consiste em uma pesquisa historiográfica sobre o processo de emergência do que denominamos por investimento evangélico pela Psicologia no Brasil isto é, as apropriações de teorias e práticas psicológicas por parte do campo religioso evangélico/protestante. Uma das faces mais visíveis da articulação entre o campo evangélico e a Psicologia são as atividades de ensino teológico, ministradas por seminários mantidos por igrejas evangélicas, em cujos currículos é comum encontrar disciplinas de temáticas relativas à Psicologia da Religião, Aconselhamento Psicológico e Psicologia da Educação, dentre outras. Neste sentido, indagamo-nos sobre em que período e em quais condições históricas e culturais conteúdos psicológicos começaram a circular nos currículos de formação teológica evangélica no Brasil. Desta forma, o objetivo desta pesquisa foi investigar de que forma sob quais condições e com quais objetivos institucionais ocorreu a inserção da Psicologia no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB), na cidade do Rio de Janeiro, dentre as décadas de 1950-1990. Os métodos empregados foram pesquisa bibliográfica e entrevistas com informantes que foram alunos e professores do STBSB. Localizou-se a presença de disciplinas com conteúdos psicológicos no currículo do STBSB desde o início da década de 1950. Nesta mesma década, iniciou-se a aplicação de testes psicológicos com a finalidade de realizar avaliação psicológica e orientação vocacional nos candidatos ao ingresso no Seminário. A partir da década de 1970, a inserção da Psicologia no STBSB se expandiu com a criação de novas disciplinas, ministradas por professores que realizaram pós-graduação em Psicologia em seminários norte-americanos, onde tiveram contato com o movimento do Aconselhamento Pastoral. Tal movimento influenciou a criação do Instituto de Clínica Pastoral, um curso de especialização voltado à formação de conselheiros pastorais e capelães no STBSB. Desta forma, é possível observar a multiplicidade de enfoques que teve a apropriação dos saberes psi pelos batistas. Ao mesmo tempo que o ensino e atuação da Psicologia no STBSB tinha por finalidade precípua fornecer subsídios para a atuação sacerdotal dos futuros pastores batistas, acabou por despertar a motivação de alguns alunos em se graduarem em Psicologia. Além disto, as características da apropriação do saber psicológico no STBSB estavam articuladas com o contexto geral deste saber no Brasil ao longo do recorte temporal adotado: a inserção inicial da Psicologia em cadeiras/cátedras de ensino superior; a psicotécnica e a hegemonia do modelo psicométrico nas décadas de 1950 a 1960 e sua substituição pelo modelo clínico psicoterápico, que se torna hegemônico a partir da década de 1970