A clínica da culpabilidade: a importância do pai e a Versagung no caráter e no sintoma

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Grillo, Felipe Augusto Garcia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicanálise
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Pai
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17703
Resumo: O trabalho tem por objetivo a reflexão suscitada mediante a associação feita por alguns sujeitos em análise entre o lugar do pai para cada um e o alcance e a sustentação de seus êxitos, isto é, seus ideais. Segundo Freud, é como se o essencial no êxito fosse ter ido além do pai, e como se fosse proibido querer ultrapassá-lo, o que justifica o sentimento de culpa e a necessidade de punição – adiante em sua obra abordados na relação com o supereu. Conforme a releitura de Lacan, para prescindir do pai é preciso saber servir-se dele. O pai em questão, o que funciona para os filhos, não é o genitor, e sim o Nome-do-Pai. Os fracassados pelo êxito não contradizem a tese de que o adoecimento neurótico é fruto de uma Versagung. Erroneamente traduzida por frustração, a Versagung é um termo exclusivamente relativo ao pai e a sua função que, como sabemos, difere de um pai, ainda que possa ser por ele exercida. É uma renúncia a servir-se da função paterna em prol de uma decepção com o pai. Servir-se do pai indica saber fazer uso do melhor do pai, e não do seu pior: tomar a falta como uma falta constituinte, ligada ao desejo, que nos leva adiante na sustentação de nossas escolhas, ao invés de deixar-se abater sob as garras do severo supereu. O desejo em questão que seria atingido no êxito que o sujeito não pode ter é o desejo de matar o pai porque ele não entende que ultrapassar o pai implica em poder se servir dele.