Exposição neonatal ao valproato de sódio ou ao etanol diminuem o comportamento social de camundongos em diferentes idades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Monica Cena de Sousa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12691
Resumo: A exposição gestacional ao valproato de sódio (VPA) ou ao etanol (ETOH) estão associadas à desordem do espectro autista (ASD, Autism Spectrum Disorder), um distúrbio caracterizado por graus variados de inabilidade para interagir socialmente, dificuldade de comunicação (verbal e não-verbal) e a apresentação de padrões de comportamentos estereotipados e repetitivos. Embora a grande maioria dos estudos indique que a primeira metade da gestação seja um período crítico para a manifestação do ASD, estudos recentes realizados em furões sugere que o período de surto de crescimento cerebral, que ocorre em humanos durante terceiro trimestre da gestação humana e em roedores durante os 10 primeiros dias de vida pós-natal pode contribuir para alterações neurocomportamentais observadas na ASD. Neste estudo avaliamos tanto os comportamentos como as características bioquímicas associadas com a ASD de camundongos infantes, adolescentes e adultos expostos ao etanol ou valproato de sódio durante o surto de crescimento cerebral. Para tanto, realizamos dois estudos. No primeiro estudo, camundongos Suíços receberam, em dias alternados do segundo dia pós-natal (PN2, PN1 = dia do nascimento) até PN8, injeções ip de 5μl/g de ETOH, de VPA (200mg/kg) ou um volume equivalente de NaCl a 0,9% (grupo CONT). O comportamento social foi avaliado durante a infância (PN12) pelo teste de agregação dos filhotes e, durante a adolescência (PN30 e 31), pelo teste de interação social recíproca. A partir de PN33 os níveis de serotonina no plasma e de dopamina e seus metabólitos no córtex cerebral foram avaliados pelo HPLC. No segundo estudo, algumas fêmeas foram acasaladas em PN70 para a avaliação do comportamento materno pelos testes de recolhimento dos filhotes e pela observação direta do comportamento materno na gaiola, respectivamente, no segundo e quinto dia de vida dos seus filhotes. Os resultados do primeiro estudo mostraram que o comportamento social dos animais dos grupos ETOH e VPA foi menor que o do grupo CONT em PN30, mas não diferiu deste grupo em PN12. Os níveis de serotonina plasmática dos animais do grupo VPA foram maiores do que os dos grupos CONT e ETOH. No segundo estudo, o cuidado materno, medido no teste de recuperação dos filhotes, das mães dos grupos ETOH e VPA foi menor do que o das mães grupo CONT. Na observação do comportamento materno nas gaiolas, o número de vezes em que as progenitoras do grupo VPA foram vistas amamentando seus filhotes foi menor do que às dos grupos CONT e ETOH. Os resultados obtidos nos dois estudos suportam a ideia de que o período de surto de crescimento cerebral pode ser um período critico para a manifestação dos déficits neurocomportamentais associados com o ASD induzidos pela exposição à agentes neurotóxicos como o VPA e o ETOH.