Associação entre asma e consumo de ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 e ômega-6 em adolescentes brasileiros
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23277 |
Resumo: | A prevalência de asma em adolescentes é elevada em nosso meio, e observa-se seu aumento nas últimas décadas. Diferentes fatores sociodemográficos e ambientais relacionados às mudanças de hábitos ocorridos no mesmo período podem estar envolvidos com este achado. Entre essas mudanças, a dieta se destaca, com maior consumo de açúcar refinado, gorduras, carnes e ultraprocessados, e consumo pouco frequente de cereais, frutas e legumes e peixes com consequente aumento na proporção de ácidos graxos poli-insaturados (PUFAS) ômega-6 (N6) em relação ao ômega-3 (N3). Estes lipídios representam os principais PUFAs na dieta. Participam na regulação da resposta imune como substrato para a formação de substâncias bioativas que atuam na resposta inflamatória. O N6 é precursor de eicosanoides com conhecida ação pró-inflamatória e os N3 precursores de mediadores lipídicos com ação imunorresolvente. Assim, uma dieta mais rica em N3 em contraposição com N6 pode ser protetora para o desenvolvimento de doenças inflamatórias crônicas como a asma. O objetivo do presente estudo foi investigar a associação entre a presença de asma, N3 e N6. Esse é um estudo transversal, utilizando os dados do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes-ERICA, inquérito nacional multicêntrico de base escolar com amostra representativa de adolescentes brasileiros (12-17 anos), cujo principal objetivo foi avaliar a prevalência de diabetes mellitus, obesidade e fatores de risco cardiovascular, bem como marcadores de inflamação e resistência à insulina nesta população. Os participantes responderam questionários com dados sociodemográficos, de atividade física, tabagismo, histórico médico e recordatório alimentar, foram submetidos a medidas antropométricas e coleta sanguíneas. Ao menos uma crise de sibilância nos últimos 12 meses definiu asma. A ingestão de ácido alfa-linolênico (ALA), ácido eicosapentaenóico (EPA), ácido docosahexaenóico (DHA) da série N3 e ácido linoléico (LA) e ácido araquidônico (ARA) da série N6 bem como a razão N6N3 (soma de LA e ARA sobre ALA, DHA e EPA) foi estimada como variáveis contínuas. A razão de chances (RC) e os respectivos IC95% entre asma e consumo de PUFA, bem como as demais variáveis do estudo, foram calculados por meio de Regressão Logística. O modelo multivariado incluiu as variáveis associadas ao desfecho e à exposição (p<0,20). Um total de 64.904 participantes preencheram o questionário, o recordatório alimentar de 24 horas e as medidas antropométricas e responderam à questão de interesse para asma. Após ajuste, a asma permaneceu significativamente associada ao ALA (RC:1,05; IC95%:1,02–1,09) e EPA (RC:0,61; IC95%:0,39–0,95), sendo a primeira associação positiva e a última negativa. Em conclusão, o consumo de ALA mostrou uma associação positiva com a asma enquanto o consumo de EPA tem um efeito protetor contra a asma em adolescentes brasileiros. |