Dengue no Nordeste brasileiro: aspectos climáticos e socioambientais em áreas de influência sob alto risco e recomendações para políticas públicas
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Multidisciplinar Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19609 |
Resumo: | O Brasil é um país com grande extensão territorial e climas específicos e bem definidos para cada região, o que auxilia para análise apurada da dengue sob diferentes aspectos socioambientais. Esta doença vem se ampliando nos últimos anos, destacando-se os surtos de 2015-2016, com 20% do total de casos notificados no Nordeste brasileiro (NEB), sendo o Rio Grande do Norte (RN) um dos cinco estados brasileiros sob maiores taxas de incidência da doença. Confere ao NEB as piores condições de esgotamento sanitário e de desenvolvimento social do país, com planejamento e infraestrutura urbana, em geral, precários ou ausentes, o que o faz estar associado a significativos e constantes impactos socioeconômicos. Aliado a estas baixas condições de vida, há a questão da seca, que favorece, ainda mais, a disseminação da doença, pois falta de água leva ao seu armazenamento irregular e, sob cuidado inadequado, propicia a proliferação do Aedes aegypti, seu principal vetor-transmissor, sendo temperatura e água principais condicionantes de seu ciclo reprodutivo. Diante desta problemática, o objetivo é levantar o risco relativo de dengue junto aos 1.794 municípios do NEB, por estudo probabilístico, via análise exploratória de dados espaciais (AEDE), a fim de elucidar características regionais entre dengue e meio ambiente, considerando-se, sobretudo, aspectos climáticos e socioambientais. Trata-se de demonstrar a tese que as incidências médias de dengue (IDmed), nos municípios do NEB, sofrem efeito da interação ambiental sob aspecto multicausal. Busca-se, assim, 1) compreender estas associações e identificar as áreas de influência sob alto risco, para 2) propor recomendações quanto à possíveis ações em políticas públicas de governança em saúde e socioambiental, para minimizar a degradação da população impactada quanto à problemática tratada. Para isto, analisaram-se associações das IDmed às variáveis ambientais, entre 2001-2017, sob diferentes métodos probabilísticos. Houve maior correlação estatística destas IDmed, via Determinante de Pearson, à precipitação (PRP; -30,32%) e ao percentual da população no ensino médio (MED1824; 28,86%), ambos a p-valor < 0,0001, corroborando para valores do teste-t. Quanto à correlação espacial, houve maior resposta à (ao): PRP (-0,2874), taxa de envelhecimento (02462), percentual da população em domicílios com coleta de lixo (0,2332) e índice de macromedição do volume de água (IN011AE; 0,2020), todos a p-valor < 0,001, via Moran Global; enquanto, por Moran Local Bivariado e Mapa de Risco em Excesso, à PRP e ao IN011AE. Mapas de calor identificaram o Estado do RN como área sob as maiores IDmed, corroborando para análises por Cluster Espacial, que aferiu seu efeito multicausal, com próximos z-valores, aos múltiplos fatores socioambientais, especialmente, aos 60% mais pobres da população, à PRP e ao MED1824. Por fim, espera-se, com os dados descritos e analisados da realidade em foco, ter contribuído para o processo de aprimoramento em curso, de instrumentos de políticas públicas voltados ao enfrentamento da dengue, especialmente, a Política Nacional de Saneamento Básico, Lei n. 11.445/2007, que se mostrou efetiva na redução das altas IDmed, observadas em apenas 4 de 230 daqueles municípios que a implementaram até 2018, indo ao encontro das correlações encontradas na demonstração desta tese |