Relações entre terrenos Embu e Ocidental na porção central da Faixa Ribeira, no leste do estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Salomão, Marcelo dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7015
Resumo: A caracterização geológica e geofísica de uma importante zona de contato entre dois blocos litosféricos (Embu e Ocidental) apresenta-se como etapa fundamental para o avanço do conhecimento das raízes orogênicas e para a formulação de modelos tectônicos em ambientes de colisão continental. Estas colisões impuseram à Faixa Ribeira um trend estrutural e desenvolveram um sistema de zonas de cisalhamento transpressivas dextrais, muitas marcando o limite entre os terrenos tectônicos. Esta tese procurou caracterizar os Terrenos Embu e Ocidental e o contato entre eles na porção leste do Estado de São Paulo, por meio de investigações litogeoquímicas, geocronológicas, em superfície e através de levantamento geofísico em subsuperfície. A Zona de Cisalhamento de Cubatão (ZCC), com espessura aparente entre 500m e 3km na região entre as cidades de Cunha e São Luis do Paraitinga (SP), exibe milonitos estrutural e mineralogicamente semelhantes a filitos, com contribuição hidrotermal e indicadores cinemáticos dextrais. A ZCC separa as rochas metassedimentares do Terreno Embu (denominadas de Complexo Embu) dos metassedimentos e rochas ortoderivadas do terreno Ocidental (respectivamente, Megassequência Andrelândia e Batólito Natividade da Serra). São observados comportamentos distintos de deformação nos terrenos adjacentes à ZCC. A deformação milonítica estende-se para o gnaisse/xisto do Complexo Embu, porém sem contribuição hidrotermal ao processo deformacional. A Megassequência Andrelândia possui foliação milonítica, porém torna-se difícil perceber a relação com características deformacionais pretéritas. A investigação geofísica permitiu comparar os aspectos geométricos de cada domínio tectônico com base na resistividade (Método Magnetotelúrico). O Complexo Embu exibe variações de resistividade ao longo de seu domínio, com valores menores quando próximo à ZCC e maiores nas porções mais distais. A Megassequência Andrelândia mostra-se mais condutivo que as rochas paraderivadas do Complexo Embu. A comparação litogeoquímica das rochas do Complexo Embu com as da Megassequência Andrelândia mostra divergência quanto a elementos-traço e similaridade nos elementos terras raras. Na ZCC os valores dos elementos-traço são semelhantes aos observados em ambos os terrenos, podendo indicar que a zona de cisalhamento afetou os dois domínios. A análise das rochas ortoderivadas também expôs comportamentos diferentes. No Terreno Embu, o Batólito Lagoinha possui caráter peraluminoso sódico, sugerindo um protólito metassedimentar (granitóide tipo S). O anfibolito possui caráter básico a intermediário, com ambiência tectônica do tipo cadeia meso-oceânica, de arco de ilha e toleítico de alto alumínio. Estas diferentes ambiências tectônicas podem representar gerações diferentes de basaltos. No Terreno Ocidental, o Batólito Natividade da Serra exibe um padrão peraluminoso, calci-alcalino a toleítico, enriquecido em potássio. O anfibolito é classificado como basalto subalcalino e ambiência tectônica do tipo intraplaca ou de ilha oceânica. Os padrões dos elementos terras raras e dos elementos-traço exibem uma diferenciação entre os ortognaisses, com valores mais elevados no Batólito Natividade da Serra. As análises geocronológicas do Complexo Embu indicam fontes mais antigas, com idades de até 3891 Ma, e podem representar uma fonte cratônica (Cráton do São Francisco?). As idades mais recentes (817 a 938 Ma) são indicativas de evento metamórfico Brasiliano. Na Megassequência Andrelândia, não são encontradas idades Arqueanas. As mais recentes variam entre 698 e 788 Ma, associadas à perda parcial de PB devido ao evento metamórfico Brasiliano. Suas fontes de sedimentos possuem idades mais recentes e não encontradas no Complexo Embu, expondo diferenças entre os terrenos e sugerindo que ambos não estavam próximos em toda a evolução Proterozóica.