Decolonialidade e gestão da alteridade: a prática da curadoria compartilhada entre povos indígenas e instituições culturais no Brasil
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Artes Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em História da Arte |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21642 |
Resumo: | No Brasil, a partir dos anos 1970, os estudos pós-coloniais passam a reverberar um interesse sobre a história dos colonizados e o espaço acadêmico começa a desenvolver pesquisas em que a dimensão estética da cultura material dos povos indígenas é amplamente analisada e, em consequência, as discussões sobre as formas de abordagem dessa materialidade pelas instituições culturais. O discurso dominante vem sendo, desde então, revisitado pela academia e também questionado por meio da articulação dos povos indígenas, que reivindicam seu direito à memória e também à existência contemporânea plena. Como participaram da construção dessa narrativa dominante, as instituições culturais vêm assumindo seu papel no que se pode chamar de tarefa decolonial. Considerando os escritos de James Clifford (1994), o qual ressalta que “o próprio status dos museus enquanto teatros da memória histórico-culturais” passou a ser questionado, ou seja, “memória de quem? Com que fins?”, tem-se ideia de quão profundas são as provocações lançadas às instituições. E, nesse contexto, campos de negociação e diálogo entre pesquisa, instituições e interlocutores indígenas se desenvolvem e, por sua vez, produzem novas modalidades de gestão da alteridade. Dentre essas novas modalidades, esta pesquisa analisa a curadoria compartilhada, ou seja, esse encontro entre colonizadores e colonizados que negociam termos e compartilham autoridade para, enfim, ocuparem o espaço institucional. Para tanto, são estudos de caso as exposições “Dja Guata Porã: Rio de Janeiro Indígena”, realizada pelo Museu de Arte do Rio de Janeiro entre maio de 2017 e março de 2018, e “Véxoa: Nós sabemos”, realizada pela Pinacoteca de São Paulo entre novembro de 2020 e março de 2021. A análise realizada considera as possibilidades e avanços que se desdobram a partir da curadoria compartilhada, como também as controvérsias e desafios que se apresentam ao longo do processo |