Interação de células endoteliais isoladas da veia umbilical humana (HUVECs) com cepas de Aspergillus fumigatus deficientes em galactosaminogalactana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Virginio, Emylli Dias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16114
Resumo: A parede celular do Aspergillus fumigatus é a primeira estrutura do fungo a entrar em contato com constituintes do hospedeiro. Estudos recentes sugerem que os glicoconjugados da superfície celular de A. fumigatus estejam envolvidos nos processos de adesão deste fungo a células do hospedeiro. Dentre estes carboidratos de superfície, uma galactosaminogalactana (GAG) foi caracterizada como tendo papel chave na adesão do fungo. O processo de síntese de GAG e seu transporte para a parede celular não é completamente conhecido. Entretanto, sabe-se que os genes UGE3 e GT4C codificam, respectivamente, uma UDP-glicose-4-epimerase e uma glicosil transferase, que são essenciais para a síntese de GAG em A. fumigatus. Nesse contexto, o objetivo dessa tese foi elucidar o papel da molécula de GAG na ativação endotelial e desvendar quais processos biológicos endoteliais são reguladas a partir desta ativação. Para atingir este objetivo, foi utilizado o modelo de cultura primária de células endoteliais da veia umbilical humana (HUVECs) desafiadas com cepas selvagens e mutantes de A. fumigatus. As cepas mutantes utilizadas foram: (i) duas cepas deficientes na síntese de GAG (∆uge3 e ∆gt4c) e; (ii) uma cepa mutante que superexpressa GAG na parede (∆ugm1). Após interação das HUVECs com cada uma das cepas de A. fumigatus foi verificado o perfil de adesão às células endoteliais, a viabilidade das HUVECs e a secreção de citocinas no meio condicionado. Além disto, foi realizado um estudo proteômico comparativo e quantitativo, para elucidar processos biológicos endoteliais modulados pela GAG. Os resultados desse estudo indicaram que as cepas mutantes ∆uge3 e ∆gt4c possuem perfil hipo-aderente às HUVECs quando comparadas com as cepas selvagens AF293 e Ku80, além de uma significativa diminuição da secreção de TNF-α. Em contraste, a cepa ∆ugm1 apresentou perfil hiper-aderente às HUVECs, quando comparada as cepas selvagens. Corroborando dados anteriores de nosso grupo, a mutante ∆ugm1 induziu um aumento significativo da secreção de TNF-α. As HUVECs infectadas com as mutantes ∆uge3 e ∆gt4c, apresentaram um perfil de redução de secreção das citocinas pró-inflamatórias IL-6 e TNF-α em relação ao perfil observado com as cepas selvagens. Os dados proteômicos revelaram que a GAG está relacionada com a modulação de proteínas de HUVECs envolvidas em processos biológicos importantes na fisiopatologia da aspergilose invasiva, tais como: adesão e movimentação celular, regulação da angiogênese e da coagulação, estresse oxidativo, homeostase celular, ativação de plaquetas e apoptose.