Papel da galactosaminogalactana da ativação endotelial por Aspergillus fumigatus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Neves, Gabriela Westerlund Peixoto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12662
Resumo: O Aspergillus fumigatus é o principal agente etiológico da aspergilose invasiva e conhecido como um patógeno angioinvasivo. A interação desse fungo com células endoteliais de veia de cordão umbilical humano (HUVECs) induz injúria celular e um perfil pró trombótico nessas células, caracterizado pela secreção de citocinas pró-inflamatórias e expressão de fator tecidual. No entanto, as possíveis moléculas do patógeno bem como as vias de sinalização endotelial envolvidas nesses processos ainda não foram elucidadas. Sabe-se que hifas de A. fumigatus produzem in vivo e in vitro uma matriz extracelular composta por galactomanana (GM), galactosaminogalactana (GAG) e α-(1,3)-glucana. A GM é um polissacarídeo composto por resíduos de galactofuranose (Galf) ligados a uma cadeia de manana, enquanto a GAG é um polímero composto por resíduos de galactopiranose (Galp) e N-acetilgalactosamina. A deleção do gene UGM1 em A. fumigatus gera um mutante (∆ugm1) com uma maior expressão de GAG, ausência de resíduos de Galf na superfície celular, e uma maior adesão às células epiteliais e a superfícies inertes. Atualmente a galactosaminogalactana é considerada essencial para a adesão de A. fumigatus, e um importante fator de virulência pela sua característica imunomoduladora. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi investigar as vias endoteliais envolvidas na resposta de HUVECs ao A. fumigatus, e o papel da GAG neste processo. Uma estratégia proteômica label-free acoplada a espectrometria de massa de alta definição (2D nanoUPLC-HDMSE) foi aplicada no estudo dos processos biológicos modulados por cepas selvagens, pelo mutante ∆ugm1 e pelo carboidrato GAG de A. fumigatus nas células endoteliais. Os resultados mostraram que esse patógeno é capaz de modular nas HUVECs vias de sinalização envolvidas com a resposta imune, angiogênese, coagulação e homeostase. Além disso, o mutante é hiperadesivo às células endoteliais e apresenta uma maior capacidade de induzir a secreção de TNF-α e a expressão de fator tecidual por essas células. Em concordância com os dados com o mutante de A. fumigatus, o polissacarídeo GAG purificado também induziu significativamente uma maior secreção de TNF-α pelas HUVECs. Os dados proteômicos, por sua vez, mostraram que o mutante ∆ugm1 modulou diferencialmente vias de sinalização nas HUVECs relacionadas com resposta imune, inflamação e estresse celular. Algumas dessas vias estavam também alteradas na condição de interação de HUVECs com o polissacarídeo GAG purificado. Por fim, as análises in silico dos dados proteômicos apresentaram o TNF-α como a principal citocina envolvida na resposta de HUVECs às cepas de A. fumigatus e à GAG. Conclusivamente, os dados obtidos sugerem que a GAG apresenta um importante papel na modulação de vias endoteliais envolvidas com a resposta imune, inflamação, coagulação e resposta ao estresse, e que esses processos parecem ser dependentes da secreção de TNF-α.