Novo Ensino Médio: significações dessa política pelos atores escolares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lima, Andréa Pereira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21814
Resumo: A presente pesquisa tem o propósito de trazer algumas significações dos atores escolares acerca do Novo Ensino Médio, no estado do Rio de Janeiro. No que se refere ao referencial teórico-estratégico, ancora-se na teoria do discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe para investigar a política curricular acima referida. Foram utilizadas as categorias: discurso, hegemonia, significante vazio e antagonismo. Para isso, tive como referências as apropriações que as seguintes autoras do campo do currículo fazem dessa teoria para pensar as políticas curriculares, em especial, Lopes (2012, 2013, 2015, 2019), Macedo (2012, 2016, 2017), Pereira (2019) e Souza e Borges (2023). Nesse sentido, foi realizada a pesquisa de campo junto aos professores que atuam no Ensino Médio, estudantes e seus responsáveis, no período de agosto a dezembro de 2022. O método de pesquisa Snow Ball Sampling (amostragem bola de neve) foi utilizado na seleção e abordagem do público-alvo. Tal método de pesquisa, proposto por Goodman (1961), possui um caráter qualitativo e consiste em uma amostra aleatória de indivíduos, na qual, indivíduos previamente amostrados podem facilitar a amostragem de outros, por meio de indicação. O público-alvo da pesquisa totalizou 20 professores, 7 estudantes e 8 responsáveis. A partir da análise de dados, foi possível concluir que, para a maioria dos professores, o Novo Ensino Médio não representa uma melhoria na qualidade da educação, por não considerar demandas escolares mais urgentes, como o investimento em infraestrutura e pessoal, dentre outros aspectos. Outro ponto a ser destacado é o argumento de que, ao suprimir disciplinas do currículo, essa política, para a maioria dos docentes, constitui um exterior antagônico com as comunidades disciplinares. Por conta disso, vê-se por meio das significações docentes a defesa do conhecimento disciplinarizado no currículo. Com relação aos estudantes, por sua vez, esta pesquisa defende que, para a maioria, essa política representa uma melhoria na qualidade da educação. Uma das justificativas apontadas pelos estudantes refere-se à diminuição do número de disciplinas obrigatórias no currículo, o que poderia aumentar o interesse deles pelos estudos, além de construir uma trajetória mais fluida/dinâmica da sua formação. Em relação aos responsáveis dos estudantes, pode-se dizer que a maioria não considera essa política como sinônimo de melhoria na qualidade da educação, porque ao diminuir as disciplinas obrigatórias, compromete a formação dos estudantes, bem como, limita suas possibilidades futuras, notadamente em relação à inserção no mercado de trabalho. Contudo, cabe destacar que, para os três grupos de atores escolares, não houve consenso em relação à aprovação/reprovação dessa política. Da mesma forma, os três grupos veem o conhecimento como o núcleo central do currículo, seja o conhecimento disciplinarizado ou não. Por fim, a análise sobre as significações dos atores escolares acerca do Novo Ensino Médio destacou a impossibilidade de representação plena no social, bem como, o caráter incompleto e contingente dessa política, e que, ao mesmo tempo, há uma recorrente evocação salvacionista e essencializante, por supor a possibilidade de definir previamente o percurso formativo dos estudantes.