Práticas linguageiras e saberes locais: o movimento linguístico-discursivo dos Pataxó de Aldeia Velha (Porto Seguro - BA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rabêlo, Keyla Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16697
Resumo: Esta tese, ao tecer reflexões sobre o comportamento da língua portuguesa em uma comunidade indígena Pataxó cuja língua materna – o Patxohã - encontra-se em forte processo de retomada, objetivou entender como se deu, historicamente, o processo de colonização linguística vivenciado pelos povos indígenas no Brasil por meio das políticas linguísticas que lhes foram destinadas ao longo dos séculos, seus efeitos de sentido no imaginário social e como isso afetou, violentamente, a condição de existência desses povos. Considerando o jogo de forças presente entre as pressões para assimilação da cultura dominante e a solicitação do reconhecimento das subjetividades e das marcas identitárias de um povo, o estudo investigou o movimento linguístico-discursivo dos Pataxó de Aldeia Velha, Terra indígena situada em Arraial d’Ajuda, distrito do município de Porto Seguro – BA, tomando como base duas situações distintas de suas práticas linguageiras: as escritas acadêmicas dos professores indígenas e o Projeto Intercâmbio Cultural e Territorial da Escola Indígena Pataxó Aldeia Velha realizado com alunos do Ensino Fundamental II. A pesquisa, de abordagem qualitativa, foi arquitetada nos moldes do método etnográfico com viés participativo cujo imperativo consiste em desenvolver a reflexividade sobre a ação de pesquisar, tanto pelo pesquisador quanto pelo pesquisado. Além da pesquisa de campo, houve a opção pela pesquisa bibliográfica a fim de que pudéssemos compor o estado da arte sobre o objeto de nosso estudo e pela pesquisa exploratória com análises documentais a fim de que pudéssemos chegar aos objetivos já descritos aqui. A discussão está ancorada, principalmente, nas contribuições da Linguística Aplicada (LOPES, 2006; PENNYCOOK, 1998, 2006; RAJAGOPALAN, 2003, 2006; SIGNORINI; CAVALCANTI, 1998 dentre outros); nos Novos Estudos do Letramento (KLEIMAN; ASSIS, 2016; HEATH, 1983; KLEIMAN, 1998, 2005; ROJO, 1998, 2009; STREET, 2003, 2006, 2014; TERRA, 2013) e a interlocução com outras áreas do conhecimento como os Estudos Culturais (BHABHA, 1998; HALL, 2015) e Estudos De(s)coloniais (FABRÍCIO, 2017; LINERA, MIGNOLO; WALSH, 2014; MARIANI, 2004; SANTOS; MENESES, 2010; ZOLIN-VESZ, 2016, 2017). Os extratos feitos com as leituras da literatura referidas foram usados no ensejo de dar consistência e respaldo à análise e discussão dos textos investigados. Já os resultados, estes apontam que os textos produzidos pela comunidade investigada configuram-se como contra-narrativas que questionam ou desestabilizam os modelos hegemônicos vigentes quer seja nos modos como fazem uso do que aparece como proposta nas agendas políticas nacionais destinadas à educação, quer seja na forma dinâmica e criativa com que lidam com a língua que lhes foi imposta