Avaliação da cirurgia de avanço mandibular por meio da superposição de modelos tridimensionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Motta, Alexandre Trindade Simões da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Odontologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13988
Resumo: Deslocamentos de côndilos e ramos acompanhando a cirurgia de avanço mandibular foram descritos, mas a influência destas mudanças na instabilidade pós-cirúrgica ainda é pouco conhecida. Limitações na avaliação quantitativa de deslocamentos cirúrgicos pelos métodos tradicionais podem ser superadas através da tomografia cone beam e ferramentas de imagens tridimensionais. O objetivo deste trabalho foi avaliar as mudanças nas posições de côndilos, ramos e mento após cirurgia isolada de avanço de mandíbula. Foram realizadas tomografias computadorizadas de feixe cônico (CBCT) antes da cirurgia (T1), 1 semana (T2) e 6 semanas após a cirurgia (T3) em 20 pacientes retrognatas com padrão normal ou horizontal (14 mulheres e 6 homens, idade média = 27,08 anos, variação de 13,9 a 53,7 anos) submetidos à osteotomia bilateral sagital do ramo para avanço mandibular, sete deles com mentoplastia como procedimento auxiliar. Modelos 3D computadorizados foram construídos e superpostos utilizando-se a base do crânio de T1 como referência. Para a superposição, utilizou-se um método automático que identifica e compara a escala de cinza dos voxels de duas estruturas tridimensionais, eliminando a necessidade de marcação de pontos anatômicos pelo operador. Após a combinação dos modelos das três fases, regiões anatômicas de interesse foram selecionadas, sendo analisadas separadamente. Distâncias entre as superfícies anatômicas foram computadas, no mesmo indivíduo, entre T1-T2, T2-T3 e T1-T3, exibindo as mudanças ocorridas com a cirurgia, após a remoção do splint cirúrgico, e a resultante total dos deslocamentos cirúrgicos, respectivamente. A navegação pelos modelos superpostos através dos métodos de visualização por mapas coloridos e semi-transparências permitiu a avaliação das direções de deslocamento das estruturas. Um deslocamento ântero-inferior do mento foi observado em todos os casos entre T1 e T2 (>4mm em 87,5%); entre T2 e T3 observou-se um movimento ântero-superior em 69% dos pacientes, e com algum componente posterior em 25% (<3mm). Entre T1-T3, observou-se um deslocamento ântero-inferior em 87,5% dos casos, e apenas anterior em 12,5% (>4mm em 80%). Considerando-se todas as direções de deslocamento, os côndilos apresentaram um movimento menor que 2mm em 77,5% (T1-T2) e 90% (T2-T3 e T1-T3) dos casos, enquanto os ramos deslocaram-se menos de 3mm em 72,5% (T1-T2) e menos de 2mm em 87,5% (T2-T3) e 82% (T1-T3) dos casos. Os côndilos apresentaram uma tendência de deslocamento látero-posterior com a cirurgia, e uma tendência oposta entre T2 e T3. Os ramos apresentaram tendência de deslocamento ínfero-latero-posterior com a cirurgia, mas súpero-medio-anterior entre T2 e T3. Entre T1-T3, as tendências foram médio-postero-superior nos côndilos e súpero-latero-anterior nos ramos. Importantes deslocamentos foram observados nos ramos e côndilos após o procedimento cirúrgico, mas as mudanças após a remoção do splint cirúrgico sugerem uma resposta adaptativa tendendo às posições pré-cirúrgicas. As mudanças no mento após seis semanas sugeriram adaptações aceitáveis na maioria dos casos.