Prevalência da infecção por HTLV-1/2 em gestantes da área metropolitana do Rio de Janeiro e relato dos desfechos obstétricos das infectadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Barmpas, Danielle Bittencourt Sodré
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8829
Resumo: HTLV-1/2 são retrovírus oncogênicos transmitidos por contato sexual, hemoderivados e por via vertical, principalmente pelo aleitamento materno. Cerca de 10% dos infectados desenvolvem doenças graves e incapacitantes. Dados sobre a prevalência de HTLV-1/2 em gestantes são escassos e heterogêneos no Brasil. Não havia dados publicados sobre a soroprevalência destes vírus em grávidas no Rio de Janeiro nem pesquisas brasileiras abordando os efeitos da infecção nos desfechos obstétricos. O objetivo foi estimar a prevalência da infecção por HTLV-1/2 em gestantes da área metropolitana do Rio de Janeiro e descrever os desfechos obstétricos das mães portadoras para ampliar a compreensão sobre o impacto da infecção na gravidez. Estudo transversal realizado com 1204 parturientes do Núcleo Perinatal da UERJ e do Hospital Estadual da Mãe, entre novembro de 2012 e maio de 2013. Na internação para o parto foi coletado sangue para rastreamento de HTLV-1/2 e aplicado questionário estruturado com itens sociodemográficos, sexuais e reprodutivos. Amostras foram rastreadas por quimioluminescência (CMIA) e as positivas confirmadas por Western blot (WB). Dados sobre história obstétrica, comorbidades e desfechos gestacionais foram obtidos através da revisão de prontuários. Epi-info e Excel foram utilizados para construção da base de dados e análise estatística. Oito mulheres tiveram infecção por HTLV-1/2 confirmada (7 HTLV-1, 1 HTLV-2), equivalente à prevalência de 0,66%. A média de idade da população foi 24,9 anos e a maioria declarou ser não-branca (70%), estar em relacionamento estável (73,8%), não ter concluído o ensino médio (57%) e ter renda familiar mensal de até dois salários mínimos. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre pacientes HTLV-1/2-positivo e HTLV-1/2-negativo. Nas soropositivas houve dois casos de coinfecção com doenças sexualmente transmissíveis (2/8), um de sífilis e outro de HPV. Três pacientes relataram desfechos gestacionais adversos prévios. Houve quatro (4/8) desfechos adversos na gestação atual (2 roturas prematuras de membranas ovulares, 1 pré-eclâmpsia, 1 óbito fetal). Foram realizadas duas cesarianas de urgência (2/8). Todos os nativivos nasceram a termo e com peso adequado para a idade gestacional (IG). O natimorto foi pré-termo e pequeno para a IG. A prevalência de HTLV-1/2 encontrada na população de estudo foi expressiva. O perfil das pacientes infectadas e não infectadas foi semelhante. Como atualmente não existe cura, tratamento ou imunização para HTLV-1/2, a orientação das portadoras é a única maneira de interromper a transmissão vertical. Desta forma o conhecimento da prevalência local é fundamental para nortear políticas de saúde pública de rastreamento e a conduta pré-natal. A melhor compreensão da influência da infecção na gravidez pode contribuir para a identificação de questões a serem abordadas em pesquisas futuras.