Comparação da paleoictiofauna do cretáceo inferior (Aptiano/Albiano) da parte ocidental do Mar de Tétis
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4966 |
Resumo: | A evolução do mar de Tétis foi um evento crucial para o entendimento biogeográfico da paleoictiofauna marinha durante a era Mesozóica. Esta paleoictiofauna era composta principalmente por peixes Neopterygii como Semionotiformes, Amiiformes, Ionoscopiformes, Pycnodontiformes, Aspidorhynchiformes, Ichthyodectiformes, Crossognathiformes, Elopomorpha, Clupeomorpha e Euteleostei basais. Nos últimos anos mais avanços no entendimento paleobiogeográfico desta fauna têm sido alcançados, em parte devido a estudos taxonômicos e filogenéticos explorando principalmente peixes fósseis pertencentes a sítios paleontológicos do final do Jurássico e início do Cretáceo (e.g. Solnhofen, Cerin, Lérida). No entanto, vários questionamentos ainda permanecem em aberto, principalmente no que tange respeito a origem da fauna marinha presente nas bacias marginais continentais da América do Sul e África, antes da total separação do Gondwana ocidental, além de como e quando ocorreram às entradas dos mares epicontinentais para o seu interior. A Formação Tlayúa, Cretáceo Inferior do México, é uma das mais importantes unidades sedimentares cretáceas do mundo. Além de haver o predomínio de uma série de peixes neopterígios tetianos em questão, posicionava-se geograficamente no epicentro das transformações tectônicas da Terra ocorridas durante o intervalo Jurássico-Cretáceo (e.g. fragmentação da Pangéia, expansão do Mar de Tétis, origem do proto-oceano Atlântico). Como conseqüência, em sua paleoictiofauna deve haver componentes para sustentar hipóteses a respeito das entradas de mares epicontinentais para as bacias sedimentares continentais do Brasil. Dentro deste contexto, esta tese propõe um estudo anatômico e taxonômico de dois teleósteos fósseis (um Elopiformes e um Crossognathiformes) pertencentes ao Cretáceo Inferior (Albiano) da Formação Tlayúa, México; a comprovação sistemática e o posicionamento filogenético destas novas formas descritas; o contexto paleobiogeográfico no qual estas duas linhagens evolutivas estavam inseridas junto a outros peixes Neopterygii durante o Mesozóico; e finalmente a comparação entre paleoictiofaunas do México e América do Sul para o entendimento das associações faunísticas entre elas. Os materiais de Elopiformes, representam um novo gênero e uma nova espécie para esta ordem, a qual difere de todas outras da ordem por possuir pelo menos três autapomorfias. O táxon supracitado posiciona-se como uma linhagem basal dentro da ordem Elopiformes, mais especificamente entre os gêneros Anaethalion (Jurássico da Europa) e Paraelops (Cretáceo do Brasil). Quanto aos materiais de Crossognathiformes, podem ser descritos como um novo gênero e nova espécie, baseado principalmente na existência de pelo menos 8 autopomorfias. A hipótese aqui apresentada o posicionou como grupo irmão de Crossognathidae + Pachrhyzodontoidea, ficando na base, apenas abaixo das formas jurássicas Chongicthys (Chile) e Bavarichthys (Alemanha). Os resultados aqui apresentados corroboram em partes as hipóteses anteriormente defendidas. A evolução do Mar de Tétis influenciou na colonização das pricipais massas continentais formadas ao longo do Mesozóico, e ambas linhagens se dispersaram de Norte (Laurásia) a Sul (Gondwana) através do Corredor Hispânico. A análise das associações faunísticas encontradas na parte ocidental do Tétis (México, Venezuela, Colombia e Brasil), endossam que o intercambio faunístico entre formas do Hemisfério Norte e Sul, possam ao mínimo terem iniciado no intervalo Berriasiano-Valanginiano, até o início do Aptiano, quando as faunas eram mais próximas. Posteriormente a este intervalo, esta conexão foi se regredindo, o que explica a variabilidade taxonômica entre as unidades analisadas |