Representações Sociais de pesquisadores sobre o uso de animais como biomodelo em pesquisas científicas
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22945 |
Resumo: | Os primeiros registros de práticas vivisseccionistas datam de 450 a.C. Atualmente morrem 192,1 milhões de animais por ano no mundo, isso significa, 365 animais por minuto para finalidades científicas. Porque ainda utiliza-se animais como biomodelos em experimentos científicos? Esta pesquisa buscou responder essa questão que se apresenta como um dilema na atualidade tanto na comunidade científica como entre a população, fazendo nestes âmbitos um espaço de debate amplo. No caminho em busca de resposta a Teoria das Representações Sociais se apresentou, portanto a proposta dessa pesquisa foi olhar a experimentação animal pela perspectiva psicossocial com o objetivo de apreender as representações sociais de pesquisadores sobre o uso de animais em pesquisa. A Teoria das Representações Sociais é um recurso analítico extremamente útil para investigação do senso comum. Com o aporte plurimetodológico dessa teoria foi possível desvendar certas lógicas que subjazem as representações dos pesquisadores quanto ao uso de animais. Para tanto foram entrevistados 16 pesquisadores, as entrevistas conversacionais livres giraram em torno de um tema e seguiram um roteiro semi-estruturado. O recorte dos participantes partiu de um único critério fundamental, experiência direta em pesquisas que usam animais como biomodelo. Neste trabalho foi possível verificar como e porque o conhecimento compartilhado por cientistas em relação ao uso de animais na pesquisa científica constitui uma realidade comum, e mesmo no universo reificado passam a fazer parte do cotidiano do grupo. Neste ponto a interlocução entre saberes se evidencia, um exercendo força sobre o outro, ideias colocadas em prática, direcionando o caminhar da ciência. Os resultados parecem apontar para uma representação centralizada no paradigma antropocêntrico e especista. A imagem do animal “objetificado” construída no senso comum autoriza o uso de animais na experimentação científica. Em ambos universos o animal é um objeto, portanto utilizável. Um ponto que vale ser ressaltado é a questão da alteridade que se destacou nesse trabalho. As instabilidades da relação com a alteridade revelaram conflitos e dissonâncias decorrentes da atividade realizada nos procedimentos com animais. Conclui-se a importância de levar esse debate para os pesquisadores e estimular o pensamento crítico necessário para o progresso científico |