Tomada de decisão à luz das necessidades humanas universais: o dilema dos servidores públicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Abrahão, Bianca da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Administração e Finanças
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Gestão Pública
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20368
Resumo: A política de governança estabelecida no Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Decreto nº 47053/2020 publicado em 29/04/2020, trouxe uma nova diretriz para a tomada de decisão dos gestores públicos, ao considerar o estabelecimento de princípios da boa governança pública e as premissas para o exercício da governança sustentável. Todavia, apesar de a normativa estar em consonância com os propósitos a serem observados pela Administração Pública em âmbito internacional, desde sua implantação, enfrentou desafios que impactaram na eficácia dos resultados esperados. Nesse contexto, busca-se compreender como as necessidades humanas universais se relacionam com a tomada de decisão, sob a perspectiva do servidor efetivo em exercício de atividade de gestão, sobretudo após a implementação do Decreto nº 47053/2020. O trabalho desenvolve-se alicerçado na Teoria do Desenvolvimento à Escala Humana (TDEH) de Manfred Max-Neef que, em uma releitura da hierarquia das necessidades de Maslow, ressignifica a maneira como as necessidades se apresentam para cada indivíduo. Nessa perspectiva, as necessidades humanas sujeitam-se a influências culturais, temporais e situacionais, o que favorece que cada indivíduo, com exceção das necessidades básicas, tenha, entre as definidas, sua própria ordem de necessidades estabelecendo estratégias para sua satisfação. As ideias de Max-Neef são complementadas pelos estudos de Marshall Rosenberg que, utilizando-se da Comunicação Não-Violenta (CNV), entende que nossas necessidades correspondem a valores em que se alicerçam nossos sentimentos. Assim, há sentimentos diversos para quando as necessidades são ou não são atendidas. Para Rosenberg, inexiste uma hierarquia nas necessidades, já que sua relevância oscila a depender de fatores internos e externos aos indivíduos, às instituições e aos contextos temporal e espacial (histórico-social, jurídico-político e cultural, entre outros). A pesquisa tem abordagem qualitativa e a metodologia empregada para atendimento aos objetivos propostos será entrevista em profundidade, realizada com servidores públicos efetivos, em exercício de atividades de gestão, a partir da edição do decreto. Os achados demonstram que alguns gestores desconhecem a prática de governança e daqueles que alegaram conhecer e aplicar, sobretudo o decreto citado, não souberam precisar práticas efetivas oriundas do normativo. Além disso, foram identificados fatores que favorecem e dificultam a tomada de decisão e que tais fatores estão relacionados à relevância da atividade desenvolvida pelos gestores dentro da estrutura estadual, como também, se a atividade desempenhada pelo gestor se aproxima do alto escalão ou da ponta. Por fim, constata-se que, no exercício de suas atividades, o gestor detém necessidades atendidas e necessidades não atendidas, de cunho pessoal e profissional.