Por trás do pince-nez, em enigmas: o servidor público na literatura brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Moraes, Thaís de Castro
Orientador(a): Irigaray, Hélio Arthur
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/33045
Resumo: Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi entender como o servidor público é retratado na literatura brasileira do século XX. Metodologia: Esta é uma pesquisa qualitativa, conduzida com base em Análise de Conteúdo. As obras que compuseram o corpus foram lidas visando a identificação de trechos que descrevessem as imagens do servidor público definidas nas categorias a priori. Os fragmentos selecionados foram organizados em um quadro e agrupados de acordo com as imagens representadas. As imagens que não haviam sido previstas nas categorias iniciais foram agrupadas em categorias emergentes. Resultados: Através da Análise de Conteúdo, foram identificadas oito das nove imagens definidas como categorias a priori e mais quatro imagens caracterizadas como emergentes. Considerando a frequência com a qual as imagens apareceram nas obras e o fato de que algumas são reproduzidas até os dias de hoje, é possível concluir que os servidores públicos são um grupo estereotipado socialmente. No entanto, mesmo com a prevalência desses estereótipos negativos, os autores trazem um olhar mais humano para o servidor público como o trabalhador. Além disso, os efeitos negativos das disfunções burocráticas sobre o servidor foram marcantes nos romances. Esses efeitos, por sua vez, contribuem para a perpetuação da imagem negativa do servidor público, demonstrando a íntima relação que existe entre a imagem da burocracia e a imagem desses trabalhadores. Limitações: A pesquisa ficou limitada a cinco romances publicados na primeira metade do século XX. Outros gêneros literários não foram contemplados e obras que retratassem a Administração Pública, mas não trouxessem o servidor como protagonista também não foram incluídas. Aplicabilidade do trabalho: Diariamente, o cidadão está em contato com serviços públicos e, para ele, frequentemente, o “rosto” da Administração Pública é o rosto de um servidor. Entender este trabalhador como um ser humano e reconhecer que o seu trabalho, muitas vezes, está limitado por regras e normas que fogem ao seu controle pode ser um caminho para melhorar a relação entre o cidadão e o servidor e, consequentemente, entre o cidadão e a Administração Pública. Além disso, reconhecer que muitas imagens desses trabalhadores são baseadas em estereótipos que não refletem necessariamente a realidade é uma forma de repensar a imagem do servidor público. Por último, a própria Gestão de Pessoas no serviço público pode aprender a partir de outros olhares para seus trabalhadores, (re)pensando políticas de pessoal. Originalidade: O uso da literatura nos estudos de Administração Pública ainda é pouco explorado. No entanto, já se sabe que essas obras podem trazer retratos históricos da sociedade da época em que foram escritas, além de serem relevantes na formação e perpetuação de eventuais estereótipos no imaginário social. Sendo assim, esta pesquisa buscou ocupar essa lacuna e trazer para o debate o uso da literatura em estudos de Administração Pública e as imagens que se tem do servidor público