Estudo da síndrome metabólica e do perfil de adipocitocinas na síndrome de Sjögren primária: relevância clínica e correlações com citocinas inflamatórias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Augusto, Kristopherson Lustosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5164/tde-05102016-124645/
Resumo: A Síndrome Metabólica (SM) tem sido descrita nas doenças autoimunes. No entanto, existem poucos dados na literatura sobre a síndrome metabólica e o perfil de adipocitocinas na síndrome de Sjögren primária (SSp). Setenta e um pacientes do sexo feminino com SSp com idades entre 18-65 anos (Critérios do Consenso Euramericano, 2002) e 71 mulheres saudáveis pareadas por idade e raça foram incluídas neste estudo caso-controle. Os dados clínicos foram coletados por meio de um protocolo padronizado. Os níveis sanguíneos de glicose, colesterol total, LDL-colesterol (LDL-C), HDL-colesterol (HDL-C), triglicérides, interleucina-1 beta (IL-1 beta)/ IL-6, fator de ativação das células B (BAFF), insulina e leptina/ adiponectina/ visfatina/ resistina foram determinados. Os pacientes e os controles foram comparáveis com relação ao índice de massa corporal (IMC), tabagismo, sedentarismo e menopausa (p > 0,05). A síndrome metabólica (39,4 vs. 16,9%, p= 0,005), hipertensão (p= 0,004) e a dislipidemia (p= 0,002) foram mais frequentes nos pacientes do que nos controles. Os níveis de IL-1 beta, IL-6, BAFF, resistina e adiponectina foram mais elevados nos pacientes do que nos controles (p < 0,05). Os pacientes com SSp com SM (n= 28) apresentaram maiores valores de IMC, circunferência abdominal, colesterol total, LDL-C, triglicérides, insulina, leptina e HOMA-IR, além de maiores taxas de hipertensão e diabetes do que os pacientes com SSp sem SM (n= 43) (p < 0,05). O uso atual e/ou prévio de prednisona (75,0 vs. 62,8%, p = 0,313), a dose atual (3,0 ± 4,5 vs. 1,6 ± 3,2 mg/dia, p= 0,299) e a dose cumulativa de prednisona (p= 0,495) foram semelhantes em ambos os grupos. Entretanto, os níveis de IL-1 beta foram maiores em pacientes com SM do que nos pacientes sem SM (p= 0,012). Este achado foi confirmado por análise multivariada (p= 0,048) com ajustes para idade, etnia, uso de prednisona, doses cumulativas e atuais de prednisona e ainda duração do uso da mesma. Nós identificamos elevada frequência de síndrome metabólica e um perfil anormal de adipocitocinas em pacientes com SSp. A associação da síndrome metabólica com elevados níveis de IL-1 beta sugere que a inflamação possa desempenhar um papel importante na sua patogênese