Avaliação da tendência temporal da prevalência de hipertensão arterial em estudantes de 10-15 anos do Rio de Janeiro, em um período de 30 anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Harboe, Bernardo Brandão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20212
Resumo: Inexiste na literatura brasileira dados sobre a tendência de prevalência de hipertensão arterial na população pediátrica. Este trabalho tem por objetivo avaliar a tendência temporal das prevalências de hipertensão arterial em duas populações de estudantes de 10 a 15 anos de idade de uma mesma área geográfica do Rio de Janeiro, com intervalo de 30 anos. Realizado estudo de série temporal com duas populações de estudantes de escolas públicas da cidade do Rio de Janeiro, com idades entre 10-15 anos e avaliados em ambiente escolar em 1987-1988 (Estudo do Rio de Janeiro I [ERJ I], n=3456) e 2015-2016 (Estudo do Rio de Janeiro II [ERJ II, n=1871]) na mesma área geográfica. No ERJ I os dados coletados foram: identificação, pressão arterial (aferida com esfigmomanômetro de mercúrio), frequência cardíaca, peso, circunferência abdominal, altura e cor da pele classificada pelo observador. No ERJ II, além desses dados, acrescentou-se um questionário respondido pelos pais, a cor da pele foi classificada pelo aluno e a PA aferida com aparelho automático OMRON HEM7120. A coleta de dados foi realizada utilizando-se técnicas padronizadas por equipe de avaliadores previamente treinados. Foram encontrados os seguintes resultados: a população do ERJ II apresentou maiores médias de idade, altura, peso e IMC (p<0,001) e maior prevalência de obesidade (10,3% [ERJ I] vs. 22,4% [ERJ II], OR 2,497; p<0,001). No período de 30 anos, a prevalência de HA reduziu de 11,1% no ERJ I para 8,5% no ERJ II (OR 0,743; p=0,003). Entre os obesos, a prevalência de HA foi 29,1% no ERJ I e 12,4% no ERJ II (OR 0,338; p<0,001). Na análise multivariada, obesidade se apresentou como variável associada à hipertensão de forma independente nos dois períodos analisados (ERJ I: OR 4,874, p<0,001; ERJ II: OR 1,757; p=0,002). Hipertensão sistólica isolada (HSI) se manteve como o subtipo de HA mais prevalente em ambos os períodos, apesar de redução em sua prevalência (8,9% [ERJ I] vs. 4,7% [ERJ II]; OR 0,506; p <0,001); enquanto hipertensão diastólica isolada (HDI) apresentou aumento de prevalência (1,1% [ERJ I] vs. 2,1% [ERJ II]; OR 1,967; IC95% 1,250-3,096; p=0,003). Em conclusão: No período de 30 anos, houve redução da prevalência de hipertensão arterial em estudantes de 10-15 anos de escolas públicas da cidade do Rio de Janeiro e aumento na prevalência de obesidade nesta população, no mesmo período; a obesidade se apresentou como variável de risco independente relacionada à hipertensão arterial, nos dois períodos; nos subtipos de HA, houve redução da prevalência de HSI e aumento da prevalência de HDI