Aspectos tomográficos do tuberculose pulmonar em atividade e avaliação de sequelas após tratamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Capone, Rafael Barcelos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8827
Resumo: A tuberculose (TB) ainda é um sério problema de saúde. No Brasil próximo de 71000 novos casos/anosão notificados com cerca de 4600 mortes, o que lhe confere uma situação epidêmica concentrada, de acordo com a nova classificação proposta pela OMS. A baciloscopia do escarro (BAAR), ainda é o principal método de diagnóstico, todavia é negativa numa proporção significativa de pacientes com TB ativa. A tomografia computadorizada do tórax (TC) pode surpreender alterações iniciais da doença, avaliar com maior precisão a extensão e determinar um padrão diagnóstico baseado nas alterações fundamentais encontradas. Desta forma, o método é particularmente útil em pacientes com suspeita de TB com BAAR negativa, permitindo uma tomada de decisão terapêutica enquanto se aguarda o resultado da cultura para comprovação da doença. Nossos objetivos foram descrever as principais alterações tomográficas da TB, avaliar sua extensão e estabelecer o grau de concordância entre três leitores no diagnóstico tomográfico. Foi realizado estudo transversal, retrospectivo e analítico de 74 pacientes com TB comprovada pelo exame do escarro, que realizaram TC do tórax antes (TC1) e após (TC2) 6 meses de tratamento. Os exames tomográficos foram lidos por três radiologistas sem conhecimento prévio de nenhum dado. Com base nas alterações observadas procurou-se estabelecer um padrão consistente ou não com o diagnóstico de TB em atividade. Os principais achados encontrados na TC1 consistiram de alterações parenquimatosas caracterizadas como nódulos do espaço aéreo configurando o padrão de árvore em brotamento em 93% dos casos, nódulos de limites imprecisos medindo entre 1 e 3 cm de diâmetro em 84%, consolidação e broncograma aéreo em 77 e 67%, respectivamente, distorção arquitetural em 71%, cavidades em 62% e opacidade do tipo vidro fosco em 37%. Houve comprometimento bilateral em 70% (52/74). O pulmão esquerdo foi acometido isoladamente em 16% e o pulmão direito 13,5%. Espessamento das paredes brônquicas e dilatação foi observado em 93% e aproximação dos brônquios em 71%. Linfonodos com diâmetro acima de 1,0 cm foram observados em 24%. O envolvimento pleural ocorreu em 54% dos casos tendo sido caracterizado como derrame em 55% e espessamento em 45%. Houve concordância de TB ativa entre os três leitores em 85% dos casos. A análise da TC2 ao final de 6 meses de tratamento demonstrou melhora significativa das lesões em relação à TC1 em todos os casos. Concluindo,foi possível estabelecer um padrão tomográfico de tuberculose ativa caracterizada por árvore em brotamento, consolidações, distorção arquitetural e cavidades que permitiu um grau de concordância (Kappa) quase perfeita pelos radiologistas (0,85).Verificaram-se alterações residuais na maioria dos casos, provavelmente relacionadas com o longo tempo necessário ao diagnóstico da tuberculose cuja média, neste trabalho, foi excessivamente longa com 105,3 dias.