De pé como homem...: a construção da masculinidade na Frente Negra Brasileira e no Teatro Experimental do Negro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Henrique Restier da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17986
Resumo: A presente tese se insere nos campos de estudo de homens e masculinidades e relações raciais, tendo como fio condutor entre os dois campos, as noções de masculinidade dos homens negros. Procuramos compreender como essas masculinidades se constituíram discursivamente nos periódicos A Voz da Raça, da Frente Negra Brasileira, e no Quilombo, do Teatro Experimental do Negro. Ambos os movimentos sociais negros foram importantes do início do século XX, o primeiro em São Paulo e o segundo no Rio de Janeiro. Nesse sentido, compomos a seguinte pergunta de pesquisa: Como as noções de masculinidade foram elaboradas no A Voz da Raça e no Quilombo? Nossa hipótese é a de que a masculinidade seria usada como uma estratégia potencializadora do discurso antirracista e, em última instância, humanizadora dos homens negros ao utilizar um repertório discursivo com a intenção de afastá-los dos significados animalizantes atribuídos a eles, colocando-os como líderes e modelos a serem seguidos por mulheres e homens negros, e admirados por mulheres e homens brancos. No entanto, essa sinergia discursiva não se apresentaria da mesma forma nos periódicos. Ao que tudo indica, ocorreria determinadas gradações onde a masculinidade mobilizada no A Voz da Raça adotaria traços entendidos como mais viris, atrelados aos valores militares, patrióticos e de retidão moral, enquanto no Quilombo haveria um maior alinhamento com elementos de refinamento, excelência intelectual e liderança política. Nosso objetivo geral, portanto, é examinar a pertinência e os sentidos dados à masculinidade e à virilidade nos periódicos trabalhados e no seu uso para determinados fins.