Memórias póstumas e romance: um estudo sobre gênero, ficcionalidade e vazio
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6054 |
Resumo: | Na primeira parte desta tese, Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, publicado em 1881, serve de ponto de partida para se desenvolver a idéia de que no romance de ficção assumida, quando o leitor começa a ler a obra o personagem já está morto, uma vez que ele não tem vida para além da ficção. Ou seja, romances que desnudam sua ficcionalidade serão sempre memórias póstumas daquele ou daqueles personagens. Assim, o romance de Machado configura-se como alegoria do gênero romanesco. E na experiência da leitura, a morte anunciada do personagem ajuda o leitor a se preparar para a sua própria, pois vive um pouco como sua essa morte. Em seguida, argumenta-se que o gênero romanesco, por sua vez, é alegoria da tragicidade da existência humana. A recorrente metáfora da vida como um livro, usada no romance de Machado, possibilita transpor a categorização do ato de leitura, elaborada pelo teórico alemão Wolfgang Iser, para a relação que temos com os fatos de nossa existência. Assim, pela analogia construída, o vazio do romance a ser lido realça o vazio existencial a que todos nós somos sujeitos.Na segunda parte, a pesquisa se detém em dois momentos da abordagem do vazio na literatura do século XX, para perceber como os vazios e as indeterminações do texto se relacionam com o vazio existencial dos personagens. Em São Bernardo, de Graciliano Ramos, a perda da esposa detona a crise que faz o narrador questionar a própria vida; em Que pensam vocês que ele fez, de Carlos Sussekind, a obsessão do pratagonista pelo diário escrito por seu desaparecido pai leva o leitor a questionar o sentido da sua vida. |