Impacto do afastamento do trabalho por doenças inflamatórias intestinais no Brasil
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19013 |
Resumo: | As doenças inflamatórias intestinais (DII) podem ter impactos sociais e econômicos no Brasil, onde sua prevalência aumentou recentemente. Este estudo tem como objetivo principal avaliar a incapacidade por DII na população brasileira, descrevendo proporções com fatores demográficos e como objetivo secundário, a avaliação de possíveis fatores de risco de afastamento do trabalho por Doença de Crohn (DC) em um centro de referência em DII da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), cujo resultado pode refletir outras regiões do país. A análise foi realizada utilizando-se a plataforma do Sistema Único de Informações sobre Benefícios da Previdência Social, com um primeiro cruzamento de dados de auxílios doença e aposentadorias por invalidez com DC e Retocolite Ulcerativa (RCU) entre 2010-2014. Dados adicionais como valores médios de benefícios, duração do benefício, idade, sexo e região foram obtidos através da mesma plataforma. Um segundo cruzamento entre auxílios doença e aposentadorias por invalidez foi feito somente para DC entre 2010-2018 no estado do Rio de Janeiro e foram pesquisados os mesmos dados adicionais. Uma subanálise foi realizada nos casos de incapacidade em comum com os pacientes com DC da UERJ, para avaliação das características que teriam maior chance de atuar como fator de risco para afastamento do trabalho, se comparando com a população de DC desse ambulatório que não teve afastamento pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No Brasil, a incapacidade temporária ocorreu com maior frequência na RCU enquanto a permanente na DC. A DC afastou pacientes mais jovens que a RCU e ambas mais mulheres que homens. As ausências temporárias do trabalho por DC e RCU foram maiores no Sul e as menores ausências por DC foram observadas no Norte e Nordeste. A média de dias de incapacidade foi longa, de quase um ano, sendo maiores na DC em comparação à RCU, porém ambos tenderam a diminuir de 2010 à 2014. O valor dos benefícios pagos pelas DII representou aproximadamente 1% de todos os benefícios da mesma natureza no país, sendo 51% dos gastos com DC. No RJ, a prevalência da DC foi de 26 por 100.000/habitantes, com custo indireto de 0,8% dos benefícios totais, apresentando taxa de 16,6% de incapacidade, similar a encontrada no grupo de pacientes da UERJ. Os fatores de risco de incapacidade por DC na UERJ foram idade menor que 40 anos a época do diagnóstico, tempo de duração da doença, cirurgia intestinal prévia e fístula anovaginal. Dos afastados, 19% apresentaram depressão ou ansiedade associados. A média de tempo entre o diagnóstico de DC e a incapacidade foi de 3 anos. No Brasil, as DII frequentemente causam incapacidade prolongada e podem gerar aposentadorias precoces, com programas de reabilitação profissional ainda pouco explorados. As tendências de redução das taxas de incapacidade no Brasil podem refletir melhorias no acesso a cuidados de saúde e a medicamentos. Os custos indiretos baseados apenas no absenteísmo em empregos foram significativos e a demonstração desse impacto socioeconômico e de fatores de risco de incapacidade podem auxiliar no planejamento de políticas públicas para o país. |