Doular mulheres negras: uma análise das práticas de cuidado e testemunho das violências através das experiências de doulas negras do projeto Sankofa Atendimento Gestacional
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22957 |
Resumo: | Esta dissertação aborda o tema das violências e racismos no ambiente obstétrico que vitimizam, cotidianamente, mulheres negras. O objetivo é contribuir para racialização do debate das políticas reprodutivas, em particular, do movimento de humanização do parto, no qual a doulagem ocupa um lugar fundamental. A partir da problematização da frase “toda mulher sofre violência obstétrica, mas as negras sofrem mais”, o trabalho parte da premissa de que desprezar as iniquidades de marcadores raciais no contexto da (des)assistência obstétrica contribui para perpetuar, silenciosamente, os efeitos da colonialidade. O primeiro capítulo evidencia o percurso que levou à minha aproximação com a doulagem a partir de uma autoetnografia de uma experiência com a tecnologia de reprodução assistida, que denominei como FIVivência, nomenclatura inspirada em Conceição Evaristo, influenciada por outras mulheres negras feministas que se dedicaram a escritas subjetivas experimentais a partir de experiências pessoais, relacionadas às suas histórias. Numa busca de cura-me dos efeitos dilacerantes do “conhecimento venenoso” pela assistência medicalizada, eivada de “Misogynoir”, analisei o projeto Sankofa Atendimento Gestacional fundado e liderado por Ariana de Souza Rodrigues do Santos, apontando como se dá sua “agência feminina negra”. O projeto ocupa e cria diversos espaços de resistência, firmando parcerias com movimentos sociais com a finalidade de oferecer parto domiciliar planejado à população negra, vulnerável, hipossuficiente e periférica, exercendo uma prestação de serviço mais relacionada à parteria que à enfermagem obstétrica, pois resgatou “atos de cuidado” ancestrais associados à criativos “arranjos de cuidado”. Ao analisar as entrevistas de três das quatro doulas negras colaboradoras do projeto Sankofa, indicadas por Ariana Santos, explano suas semelhanças bem como analiso experiências que consideram marcantes ao longo de sua trajetória oferecendo suporte físico, emocional e informacional percebendo que são fundamentais para (re)organizarem a forma de atuação recriando a educação em saúde bem como oferecendo “arranjos de cuidado” mais alinhados à população negra. |