Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Ariene Almeida
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Orientador(a): |
Luna, Naara Lúcia de Albuquerque |
Banca de defesa: |
Luna, Naara Lúcia de Albuquerque,
Vargas, Eliane Portes,
Guedes, Moema de Castro |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11491
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Resumo: |
O presente trabalho tem por objetivo investigar como ativistas, profissionais e adeptos do parto humanizado propagam ideais desse movimento em mídias sociais, promovendo e forjando uma nova cultura de parto. Tomo por objeto mídias sociais, sites e perfis na rede social Instagram dos seguintes grupos conectados ao movimento da humanização do parto: Adoulasrj – Associação de doulas do Rio de Janeiro; Coletiva Mãe na Roda; Makota terapia ancestral; Grupo Ilê materno; Ishtar (núcleos periféricos); e a página “O renascimento”. A metodologia utilizada teve como referência o uso de pesquisa bibliográfica; pesquisa documental; e de pesquisa netnográfica, analisando-se mídias sociais de grupos de adeptos do movimento pelo parto humanizado, e apresentando em complemento matérias jornalísticas online com a cobertura do cenário obstétrico brasileiro. A pesquisa inclui a observação da 5º Convenção Nacional de Doulas no ano de 2019. O referencial teórico que norteia esta pesquisa são estudos da Antropologia do Corpo e da Saúde, além de pesquisas na área da saúde coletiva sobre assistência e violência obstétrica. Apresenta-se uma análise e percurso histórico-cultural de formação da assistência obstétrica brasileira, destacando o contexto de hospitalização e medicalização do parto; os movimentos de resistência à essa medicalização; e o atual cenário da assistência obstétrica brasileira, focando-se no movimento de humanização do parto e no problema da violência obstétrica. Em seguida, é feita uma análise dos achados da pesquisa netnográfica em mídias sociais de ativistas, adeptos e profissionais do parto humanizado. Este estudo caracteriza o ofício das doulas e sua atuação como mediadoras da pedagogia de parto humanizado; são analisados os discursos coletados na página “O Renascimento” na rede social Instagram; e descreve-se a atuação de coletivos de doulas que se organizam a partir de uma perspectiva de doulagem periférica e afrocentrada. Como resultados, verificou-se que o campo obstétrico é caracterizado por um cenário de tensão e disputas entre as categorias profissionais que o formam e os ideais, práticas e discursos que as mesmas mobilizam. Ademais, algumas mulheres com acesso limitado a saberes instituídos sobre seu corpo têm se mobilizado de forma a reverter essa situação de dominação, buscando recuperar o protagonismo na escolha pelo tipo de assistência obstétrica que desejam. Esses conflitos, assim também, como a fusão ou separação de discursos por um parto mais “natural” e de combate à violência obstétrica, se estabelecem orientados por valores socioculturais e hierarquias de poder, como relações raciais e de classe social. Além disso, observou-se como no campo virtual procura-se construir um espaço de sociabilidade entre um público, em sua maioria, formado por mulheres que serão orientadas a partir de concepções que fundamentam o ideário da humanização do parto. As doulas figuram nesse contexto como dispositivo de pedagogia de parto humanizado, mediando o acesso a saberes e práticas de saúde, e adaptando-os ao público que desejam alcançar. Nesse espaço, os saberes e práticas que formam a pedagogia de parto humanizado são estabelecidos numa espécie de negociação entre tradição e ciência, e concepções de natureza e cultura. |