Universidade pública, neoliberalismo e produção de subjetividade: uma cartografia discursiva da “crise da UERJ”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Torres, Ariane Oliveira de Sousa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17134
Resumo: Esta dissertação busca discutir efeitos de sentido que o avanço incessante de uma racionalidade neoliberal vem produzindo nas discussões político-econômicas sobre universidades públicas, tendo como ponto de inflexão o período que ficou conhecido como “crise da UERJ”, nos anos de 2016 e 2017. Para isso, nos respaldamos na analítica da governamentalidade de Foucault (2008), para uma investigação dos procedimentos técnicos e formas de instrumentalização da dominação exercida pelo governo sobre os sujeitos e da capacidade que dispositivos governamentais possuem para conduzir o modo de agir dos indivíduos. Optamos, então, pelo posicionamento ético-político da cartografia (DELEUZE; GUATTARI, 2011; PASSOS, KASTRUP; ESCÓSSIA, 2015; ROLNIK, 2016), que privilegia as implicações do pesquisador em relação ao seu objeto de pesquisa, recusando uma perspectiva de ciência fundada em uma pretensa neutralidade; valoriza o próprio processo do pesquisar, em detrimento à comprovação de hipóteses; e possibilita o mapeamento das relações de forças que atuam na constituição de formas instituídas. No que diz respeito à linguagem – compreendida não como um mero instrumento de representação do real, mas sim um meio de intervir na relação do sujeito e seu entorno (ROCHA, 2006) –, nosso córpus foi construído por textos de opinião publicados em jornais digitais que tinham como tema a “crise da UERJ”. Como resultado, contrariando a hipótese inicial de que haveria duas formações discursivas (FOUCAULT, 2015) totalmente opostas, percebemos que há uma prática discursiva (MAINGUENEAU, 2008; FOUCAULT, 2015) neoliberal que perpassa todos enunciados analisados, sinalizando que, mesmo que na esfera macropolítica possa existir uma polaridade nos posicionamentos políticos, na esfera micropolítica, as subjetividades têm sido capturadas por uma racionalidade que busca, por meio da gestão financeira, hierarquizar e ranquear relações sociais pela produtividade, enfraquecendo as possibilidades de relações de trabalho pautadas na coletividade