Violência entre parceiros íntimos e baixo peso ao nascer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Mezzavilla, Raquel de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7295
Resumo: Crianças com baixo peso ao nascer (BPN) apresentam maiores riscos de adoecer e morrer ao longo da vida. Estudos recentes sobre fatores de risco para o BPN apontam especialmente para o papel dos aspectos psicossociais maternos, como o estresse, a ausência de suporte social e do companheiro, tempo de união e conflitos entre o casal. Investigações sobre a associação entre violência entre parceiros íntimos (VPI) e o BPN são relativamente escassos e apresentam resultados controversos. O objetivo geral deste estudo é investigar a associação entre VPI e a ocorrência do BPN. Trata-se de um estudo seccional com 626 recém-nascidos de mulheres que compareceram a quatro unidades de saúde do município do Rio de Janeiro, entre junho de 2005 e dezembro de 2009. Informações referentes à VPI foram obtidas por meio da versão em português do instrumento CTS-1 (Conflict Tatics Scales Form R) (HASSELMANN & REICHENHEIM, 2003) no primeiro mês de vida da criança. A VPI foi analisada de maneira dicotômica e cumulativa. Dois desfechos foram estudados: BPN (peso inferior a 2500 g) e BPN a termo (peso inferior a 2500 g e nascidos com 37 ou mais semanas de gestação). Associações foram verificadas via modelos de regressão logística, mediante estimativas de razões de chances (RC) e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%). Na análise multivariada, as associações entre a VPI e os desfechos de interesse (BPN e BPN a termo) foram ajustadas pelas co-variáveis cujas as associações com o desfecho apresentaram nível de significância menor ou igual a 10% nas análises brutas (p-valor ≤ 0,1). Nasceram com baixo peso e BPN a termo 7,2% e 4,8% das crianças, respectivamente e 33,5% das mulheres estudadas foram expostas à VPI. Na análise multivariada, a presença de violência física entre parceiros íntimos foi significativamente associada com o BPN [RC=4,26; (IC95%) = 1,69 10,68] e com o BPN a termo [RC=5,90; (IC95%) = 1,65 21,02]. Destaca-se que à medida que a gravidade da violência cresce, aumentam também as chances de ocorrência de baixo peso ao nascer [RC=3,61; (IC95%) = 1,19-10,97] e [RC= 4,99; (IC95%) = 1,70-14,65], independentemente da escolaridade e idade maternas, fumo, paridade, ganho de peso na gestação, hipertensão, rede social, apoio social, condições ambientais e sexo da criança. Quanto ao baixo peso ao nascer a termo, ainda que a associação com a violência cumulativa seja significativa, não apresentou este comportamento. Conclusão: Esses achados chamam a atenção para as consequências da violência entre parceiros íntimos para a saúde da criança, e apontam a necessidade de apoio às gestantes expostas à violência, assim como maior atenção durante os cuidados do pré-natal, visando à diminuição de nascimentos de baixo peso