Fatores angiogênicos e antiangiogênicos em pré-termos filhos de mães com e sem pré-eclâmpsia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Hentges, Cláudia Regina
Orientador(a): Procianoy, Renato Soibelmann
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/104080
Resumo: Introdução: Sabe-se que os fatores angiogênicos e antiangiogênicos encontram-se alterados nas gestações com pré-eclâmpsia (PE), mas se desconhece seu comportamento nestes recém-nascidos (RNs). Objetivo: Dosagem do vascular endothelial growth factor (VEGF), soluble fms-like tyrosine kinase-1 (sFtl-1) e heterodímero vascular endothelial growth factor/placental growth factor (VEGF/PlGF) em pré-termos filhos de mães com PE. Métodos: Incluídos: RNs com peso de nascimento < 2.000 g e idade gestacional (IG) ≤ 34 semanas, divididos em dois grupos: filhos de mães com e sem PE. Excluídos: RNs transferidos de outra instituição com mais de 72 horas de vida, óbito antes da coleta dos exames, malformação congênita maior, erros inatos de metabolismo, gestações múltiplas, mães com infecção do grupo sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes (STORCH) ou vírus da imunodeficiência humana (HIV) e doença autoimune. Coletado sangue nas primeiras 72 horas de vida, e nos RNs que permaneceram internados, foi realizada uma segunda coleta com 28 dias. Foi utilizado método ELISA para a dosagem do VEGF, sFlt-1 e VEGF/PlGF. Resultados: Incluídos: 88 pacientes (37 filhos de mães com PE, 51 sem PE) com IG de 29,12 ± 2,96 semanas e peso de nascimento de 1223,80 ± 417,48 g. O VEGF foi menor no grupo com PE [32,45 (6,36-85,75) x 82,38 (35-130,03) pg/mL], p = 0,001 e o sFlt-1 foi maior no grupo com PE [1338,57 (418,8-3472,24) x 318,13 (182,03-453,66) pg/mL], p < 0,001. Na análise multivariada, o VEGF foi 80% menor e sFlt-1 13,48 vezes maior no grupo com PE. O sFlt-1 foi maior nos RNs pequenos para idade gestacional (PIG) do que nos adequados para idade gestacional (AIG) [1044,94 (290,64-3472,24) x 372,67 (236,75-860,14) pg/mL], p = 0,013. No grupo com PE, houve um aumento [≠ 151,71 (76,55-226,86); p < 0,001] entre as dosagens do VEGF entre a primeira e a segunda coleta com 28 dias, já o sFlt-1 diminuiu [≠ 1941,44 (2757,01-1125,87); p < 0,001] entre as duas dosagens. O VEGF/PlGF foi maior nos filhos de mães com PE [20,69 pg/mL (12,79-52,86) x 12,19 pg/mL (0,03 -21,58)], p = 0,003. Esses achados mantiveram-se na análise multivariada, com o VEGF/PlGF 1,05 vezes maior nos filhos de mães com PE. Os níveis de VEGF/PlGF foram inversamente proporcionais ao peso de nascimento, com p < 0,001 e r = - 0,418. Na segunda coleta com 28 dias de vida não houve diferença entre os dois grupos. Conclusão: Os maiores níveis de sFlt-1 e VEGF/PlGF e menores níveis de VEGF no grupo com PE, assim como maiores concentrações de sFlt-1 nos PIG refletem uma predominância dos mecanismos antiangiogênicos na PE e na restrição de crescimento. Os níveis de VEGF/PlGF também foram relacionados ao peso de nascimento, sendo inversamente proporcionais. O estado antiangiogênico da PE tende à normalização com 28 dias de vida.