Efeitos agudos do exercício resistido sobre as respostas cardiovasculares de pessoas vivendo com HIV/AIDS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Rego, João Carlos Magalhães do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Educação Física e Desporto
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23595
Resumo: Introdução: Ainda não está claro se uma sessão de exercício resistido (ER) induz hipotensão pós-exercício (HPE) em pessoas vivendo com HIV (PVHIV). Objetivo: Comparar as respostas cardiovasculares a uma sessão de ER em PVHIV versus controles não-infectados. Métodos: Nove PVHIV (HIV+; 47,2±9,5 anos) e 9 controles saudáveis (HIV-; 44,4±10,2 anos) realizaram, em ordem randomizada, uma sessão controle (sem exercício) e uma sessão de ER (6 exercícios; 3 séries de 12 repetições máximas). As respostas cardiovasculares e de modulação autonômica cardíaca foram avaliadas antes e até 60 min após as sessões experimentais por fotopletismografia digital e variabilidade da frequência cardíaca; respectivamente. Resultados: Em repouso, os grupos apresentaram resultados similares para a pressão arterial sistólica/diastólica [PAS/PAD] (HIV-: 120,8±12,5/75,8±6,5 vs. HIV+: 126,7±18,5/75,7±9,8 mmHg; p=0,4), frequência cardíaca [FC] (HIV-: 60,9±10,8 vs. HIV+: 66,4±8,2 bpm; p=0,2), volume sistólico [VS] (HIV-: 85,2±17,7 vs. HIV+: 100,0±24,4 mL; p=0,1), e resistência vascular periférica [RVP] (HIV-: 1,17±0,30 vs. HIV+: 0,92±0,22 mmHg.s/mL; p=0,07), exceto para o débito cardíaco [DC] que foi superior no grupo HIV+ vs. HIV- (6,5±0,9 vs. 5,2±1,1 L/min; p=0,02). Os índices de variabilidade da frequência cardíaca também foram similares entre os grupos no repouso (SDNN e rMSSD p=0,26; pNN50 p=0,12). A análise do efeito líquido [(sessão pós-pré-exercício) - (sessão pós-pré-controle)] demonstrou que o grupo HIV+ vs. HIV- apresentou maior redução na PAS (-6,5±7,0 vs. -2,8±9,4 mmHg; p=0,01), na PAD (-14,5±2,3vs. -3,7±4,4 mmHg; p=0,001), e maior incremento no DC (1,34±0,16 vs. 0,80±0,16L/min; p=0,02) na recuperação pós-exercício. Além disso, observou-se que o grupo HIV+ vs. HIV- apresentou menor redução pós-exercício para a FC (20,37±10,62 vs. 12,15±12,61 bpm, p=0,001), SDNN (-22,43±5,46 vs. -10,23±6,94 ms, p=0,001), rMSSD (-24,19±5,51 vs. -11,58±7,99 ms, p=0,0001) e pNN50 (-15,78±2,76 vs. -7,98±2,40 %, p=0,01). Reduções dentro do grupo (sessão exercício vs. controle) ocorreram no grupo HIV- para a PAD (~7 mmHg, de 15 até 60 min; p< 0,05) e a RVP (~0,38 mmHg.s/mL, de 30 até 45 min; p < 0,05), associado a incremento do DC (~1,0 L/min, de 15 até 60 min; p<0,05). Já no grupo HIV+, somente foi observada redução na PAD (~8 mmHg, de 15 até 60 min) na sessão exercício vs. controle (p<0,05). A FC estava aumentada na sessão exercício em relação a sessão controle em ambos os grupos em todos os momentos avaliados (p<0,001). O grupo HIV+ apresentou menor SDNN e rMSSD na sessão exercício versus controle em todos os tempos avaliados (p=0,01). Enquanto no grupo HIV-, não foram detectadas diferenças para o SDNN, e o rMSSD foi menor na sessão exercício versus controle somente aos 0 (15,09±12,34 vs. 42,23±28,63 ms; P < 0,0001) e 60 minutos (23,05±8,79 vs. 42,11±22,98 ms; P = 0,01). Ambos os grupos apresentaram menor pNN50 na sessão exercício versus controle em todos os momentos avaliados (P = 0,02 para HIV- e P = 0,04 para HIV+). Conclusão: Uma sessão de ER induz HPE mais pronunciada em PVHIV, que não está associada à modulação autonômica. Os mecanismos responsáveis por essa resposta ainda não estão claros