A atenção ao adolescente na Estratégia de Saúde da Família: percepção de profissionais e usuários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Martins, Luciana Graça Alfredo Pinto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8783
Resumo: A Estratégia de Saúde da Família (ESF), modelo assistencial em expansão na atenção primária da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro (SMSDC/RJ) é o programa governamental atual para atendimento das demandas nas várias faixas etárias, de forma ampliada e integral. De acordo com as Diretrizes Nacionais para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens (DNAISAJ), o processo de trabalho das equipes da ESF já incorpora em sua prática características para abordagem integral e resolutiva na atenção desse grupo etário. Este estudo teve como objetivo analisar as ações da ESF voltadas aos adolescentes na percepção destes e dos profissionais de saúde. Foi realizado nas três Clínicas da Família (CF) do bairro da Rocinha. Utilizamos abordagem qualitativa desenvolvida por meio de entrevistas semiestruturadas com 9 profissionais, enfermeiros e médicos, e 23 adolescentes, de ambos os sexos, na faixa etária entre 15 e 19 anos. Observamos que o processo de trabalho das equipes se encontra prejudicado pelo número excessivo de consultas por turno, sobrecarga de demandas e descontinuidade de profissionais. Tal situação interfere negativamente no planejamento, execução e avaliação da assistência. A dificuldade em captar adolescentes para as atividades tanto individuais como coletivas foi manifestada pelos profissionais. Estes consideram-se bem preparados tecnicamente, mas demonstraram carência de capacitação específica voltada para a atenção à saúde desse grupo etário. Quanto aos adolescentes, comparecem em geral por demanda espontânea e reconhecem o bom preparo técnico das equipes. A espera prolongada, a pouca atenção e apoio dedicados por alguns profissionais, a falta de sigilo e de confidencialidade em algumas situações e a desinformação sobre as ações desenvolvidas são fatores percebidos como motivadores da não procura pelo serviço de saúde. No que diz respeito às atividades educativas de prevenção e promoção da saúde voltadas para o público adolescente, não estão bem implementadas. A intersetorialidade precisa ser intensificada, pois não foi evidenciada na fala de nossos interlocutores. A atuação dos agentes comunitários de saúde (ACS) é valorizada tanto para os profissionais quanto para os adolescentes, porém, lhes faltam autonomia e suporte técnico. Concluímos que a atenção ao adolescente oferecida na ESF não atende satisfatoriamente as (DNAISAJ). Contudo, identificamos profissionais motivados em buscar alternativas para viabilizar a integralidade no cuidado aos adolescentes.