Educação em Saúde na Atenção Primária à Saúde no Brasil: um olhar sobre os conteúdos divulgados nas revistas científicas de saúde coletiva de 1990 a 2015

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Reis, Milena Junqueira
Orientador(a): Oliveira, Rosely Magalhães de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20620
Resumo: Esse estudo tem como objeto a produção divulgada em revistas científicas de Saúde Coletiva sobre educação em saúde na Atenção Primária à Saúde no Brasil, no período de 1990 a 2015. Tendo como fonte de dados artigos científicos disponíveis na base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), e utilizando análise de conteúdo, o estudo objetivou, especificamente: caracterizar a produção segundo ano de publicação, instituição de vinculação dos autores, região da instituição, revistas em que foram publicados, idioma e tipo de estudo e, também descrever seu conteúdo, identificando elementos relativos às concepções e práticas de educação em saúde. O resultado do estudo apontou que a região sudeste se destacou no número de publicações. Com relação às revistas, o destaque foi para a revista de APS – Atenção Primária à Saúde. Os artigos empíricos lideraram as publicações e, dentre estes, os artigos com abordagem qualitativa foram maioria. Com a descrição do conteúdo foi possível observar que 17% dos trabalhos não definem o termo “educação em saúde”, e nestes, está implícito que o objetivo das práticas educativas em saúde é a mudança de comportamentos, através de transmissão vertical de informação. Entre os artigos que definem o termo educação em saúde, a crítica à visão tradicional de construção do conhecimento está presente, assim como conceitos e teorias de base freireana. Porém, os resultados obtidos nestes trabalhos mostraram que elementos da pedagogia tradicional e a influência do modelo biomédico ainda persistem. A maioria dos artigos (60%) considerou e discutiu o tema contexto, que é de grande relevância para os autores do campo da educação utilizados no referencial deste trabalho. O tema participação social foi discutido em apenas 43% dos artigos, o que sugere que as atividades educativas em saúde não são percebidas como um espaço de fomento à articulação da comunidade. A Promoção da Saúde apareceu em 80% dos artigos, o que mostra sua grande influência neste campo estudado, sendo que autores colocaram a educação em saúde como estratégia para implantação desta proposta nos serviços. Os limites para realização de atividades de educação em saúde estão presentes em 73% dos trabalhos analisados. Dentre estes, estão as dificuldades relacionadas à infraestrutura física das unidades, disponibilidade de materiais para realização das atividades, dinâmica de trabalho e formação acadêmica dos profissionais. Este é um resultado importante, que aponta a necessidade de discussão dos problemas encontrados para aprimoramento das práticas dos profissionais neste campo.