Tafonomia e paleoicnologia em vertebrados quaternários de cavernas do Lajedo da Escada, Baraúna, Rio Grande do Norte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Lucas Henrique Medeiros da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7046
Resumo: Na Região Intertropical Brasileira, as cavernas concentram grande quantidade de fósseis de mamíferos quaternários, mas os estudos relacionados aos modos de preservação de suas assembleias fossilíferas ainda são escassos. As cavernas do Lajedo da Escada (LES; Baraúna, Rio Grande do Norte; 5°11.114′S, 37°43.424′O) tiveram seus fósseis estudados somente dos pontos de vista taxonômico e paleopatológico. O objetivo desta dissertação é revelar a história tafonômica dos vertebrados quaternários preservados nas cavernas do LES a partir da identificação e interpretação de assinaturas tafonômicas. O LES consiste em um afloramento de calcário da Formação Jandaíra (Cretáceo Superior, Bacia Potiguar) com dois pavimentos cársticos, nos quais se inserem cinco cavernas quaternárias. O material analisado consiste em 547 espécimes atribuídos a mamíferos e répteis. Foram avaliados: (i) composição taxonômica; (ii) estágios ontogenéticos; (iii) grau de articulação; (iv) fragmentação e representatividade óssea; (v) equivalência hidráulica; (vi) índices de transportabilidade; (vii) padrões de quebra; (viii) marcas de intemperismo; (ix) marcas de corrosão; (x) marcas de abrasão; (xi) marcas de pisoteio; (xii) marcas de dentes; (xiii) marcas de insetos; (xiv) marcas de raízes; (xv) padrões de coloração; (xvi) permineralização; (xvii) sobrecrescimento mineral; (xvi) deformação; e (xvii) alterações patológicas. São pelo menos 17 táxons distintos, sendo Eremotherium laurillardi o mais abundante (53,75%; assembleia multitáxica monodominante). Todos os espécimes estão desarticulados. Cerca de 45,52% dos ossos são fragmentos e 97,80% das quebras são bioestratinômicas. Aproximadamente 81% dos espécimes não apresentam feições de intemperismo, indicando pouca exposição subaérea. Cerca de 53,93% da amostra não apresenta corrosão, refletindo baixa umidade dentro da caverna e/ou alta disponibilidade de carbonatos associados aos sedimentos terrígenos. Aproximadamente 52,29% dos espécimes não estão abradidos, sugerindo pouco transporte. Cerca de 7,86% possuem marcas biogênicas, refletindo interações paleoecológicas na biocenose/tanatocenose. Aproximadamente 2,38% possuem alterações patológicas. A alta quantidade de espécimes de indivíduos adultos (71,12%) aponta para uma morte seletiva na formação da tanatocenose. Não há equivalência hidráulica entre o tamanho dos ossos e a granulometria dos sedimentos. Além disso, as análises de FTI indicam uma assembleia periférica. Inesperadamente, há uma grande quantidade de indivíduos articulados de Pachyarmatherium brasiliense, sugerindo assembleia preservada in situ. Por fim, a co-ocorrência entre feições típicas de períodos úmidos (corrosão) e de períodos áridos (ressecamento) revelam mistura temporal na assembleia do LES. Além disso, a presença de assembleias in situ e periférica indica acumulações fossilíferas espacialmente misturadas. Comparativamente, as cavernas do LES possuem modos de preservação semelhantes a outras cavernas quaternárias brasileiras, mas divergem daquelas da África do Sul e França