Programa de desenvolvimento da empatia em crianças e adolescentes com Síndrome de Asperger
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15195 |
Resumo: | A empatia, em seu conceito multidimensional, constitui-se de três componentes (cognitivo, afetivo e comportamental) que parecem se influenciar mutuamente ao longo do desenvolvimento sócio-emocional, permitindo que as crianças entendam a perspectiva alheia, mobilizem-se emocionalmente a partir dela e reajam com comportamentos adequados ao contexto. Assim, o funcionamento atípico da empatia gera prejuízos significativos no campo social. Esse é o caso dos individuos com a Síndrome de Asperger: o desenvolvimento dessas habilidades parece não acontecer de forma espontânea e natural. Assim, o presente estudo trata da construção e avaliação de um programa para o desenvolvimento da empatia em crianças e adolescentes com Síndrome de Asperger (SA). O objetivo geral foi aprimorar essa capacidade através de estratégias com foco no desenvolvimento do componente cognitivo, em especial habilidades como a tomada de perspectiva e a flexibilidade mental. Sua estrutura contou com um conjunto de múltiplas ferramentas aplicadas em grupo. A amostra foi constituída de 46 crianças e adolescentes (44 meninos e duas meninas) entre oito e 17 anos, diagnosticados com Sindrome de Asperger segundo os critérios do DSM-IV-TR. Os participantes foram avaliados antes, ao final e trinta dias após a intervenção. Eles foram avaliados através de uma lista de comportamentos, construída a partir de dados extraídos da literatura. Pais e professores pontuaram cada item da lista com base nos comportamentos do participante, observados em diferentes ambientes sociais. Os participantes também assistiram a cenas de filmes que requisitavam o reconhecimento de emoções básicas e complexas para mensurar suas habilidades nos aspectos cognitivo e afetivo da empatia. Ainda como método de avaliação, os comportamentos dos participantes foram filmados em interações livres em três momentos diversos ao longo das sessões de intervenção e avaliados por juizes treinados. Essas crianças e adolescentes participaram de oito sessões de intervenção que continham atividades relacionadas basicamente ao aspecto cognitivo da empatia. Paralelamente, os pais também participaram de sessões em grupo, nas quais foram orientados sobre a SA, bem como sobre estratégias de comunicação e estimulo ao desenvolvimento da empatia em seus filhos. Os resultados apontaram melhora significativa nos comportamentos empáticos na visão de pais, professores e de juízes treinados. Além disso, houve melhora nos componentes cognitivo e afetivo da empatia para o reconhecimento de emoções simples e complexas. Os ganhos se mantiveram na avaliação de seguimento, havendo ainda aprimoramento no aspecto cognitivo para identificação de emoções simples. Esses resultados são concordantes com os dados de estudos anteriores, os quais sugerem que o desenvolvimento do componente cognitivo da empatia implica no aprimoramento dos outros componentes (afetivos e comportamentais), generalizando-se para diversos contextos sociais desses individuos. |