Comunicação governamental em tempos de crise: um estudo das narrativas da Prefeitura do Rio de Janeiro no contexto da pandemia de covid-19
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Comunicação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21895 |
Resumo: | Diante do quadro de desastre imposto pela pandemia de covid-19, autoridades públicas locais e estrangeiras foram confrontadas com desafios diversos, mas, sobretudo, com a iminência de colapso de seus sistemas hospitalares, com o potencial cenário de aumento de vítimas fatais nas distintas áreas de seus países. Neste contexto global, o Rio de Janeiro, que recentemente passara por uma notável reforma urbana para receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, enfrentava um cenário prévio de crise econômica e política. No quadro de crise vivido pela cidade, o próprio legado desses megaeventos emerge como um espaço privilegiado de questionamentos e investigação. Nesse sentido, a presente pesquisa objetiva identificar, na esfera municipal, as narrativas propostas pela comunicação da prefeitura do Rio de Janeiro no período da pandemia de covid-19. Busca-se, ademais, analisar como o governo municipal articulou esta comunicação com seus públicos nesse contexto de crise, à luz dos pressupostos da comunicação pública e governamental (BRANDÃO, 2012; DUARTE, 2011; WEBER, 2007, 2011, 2020; ESTEVES, 2015; ROLANDO 2011; MATOS, 2011). Complementarmente, intentou-se identificar as diferenças nas estratégias discursivas utilizadas e nos significados construídos pela comunicação na gestão do prefeito Marcelo Crivella e do prefeito Eduardo Paes, bem como vislumbrar uma contribuição para o debate em torno da construção de estratégias de comunicação governamental em momentos de crise no Brasil, especificamente no município do Rio de Janeiro. Para tal, foi constituído um corpus com 1014 “Notícias” publicadas no site coronavirus.rio, canal de comunicação criado pela prefeitura da cidade. O corpus de “Notícias” foi analisado com base no arcabouço teórico-metodológico da semiótica francesa (BARROS, 1990; FIORIN, 20056; GREIMAS; COURTÉS, 2008) e com o auxílio do software NVivo® para tratamento dos dados. A análise deixa a ver duas narrativas que sintetizam o discurso em estudo: (a) narrativa de prevenção e (b) narrativa de resposta. A prefeitura assume, assim, um duplo papel em relação à pandemia - ora de “protetora”, ora de “salvadora” -, o que configura o ethos discursivo de “gestor-protetor”, consolidado a partir de diversas estratégias discursivas. Observa-se, com efeito, alguns dos princípios básicos da comunicação governamental - como accountability, prestação de contas, proatividade - presentes nos discursos analisados, mas a partir de uma ótica informativa que, na maioria das vezes favorece os aspectos positivos da administração municipal. A prefeitura busca uma imagem positiva do governo frente à população, escamoteando, em grande parte, questões políticas e sociais de real interesse público. Quanto às gestões do prefeito Crivella e do prefeito Paes, observam-se mais aproximações do que afastamentos nos seus processos discursivos no período analisado. Dessa forma, não é possível aferir que a comunicação governamental da prefeitura do Rio de Janeiro opte por um discurso amparado nos preceitos dialógicos, preconizados por uma comunicação de Estado baseada nos parâmetros democráticos da comunicação pública. |