Dor em cuidado paliativo oncológico: uma avaliação da percepção do tratamento da dor em pacientes internados em uma unidade hospitalar
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8550 |
Resumo: | A dor é um dos sintomas mais prevalentes entre os pacientes em cuidado paliativo oncológico e gera grande impacto na qualidade de vida. Este trabalho tem por objetivo investigar a percepção dos pacientes sobre seu tratamento antálgico em uma unidade de cuidados paliativos oncológicos; conhecer a percepção dos pacientes sobre o seu processo de tratamento da dor; descrever o contexto institucional do serviço de cuidados paliativos oncológicos; descrever o perfil dos pacientes internados na unidade. Trata-se de estudo de caso com metodologia qualitativa conduzido em hospital público de cuidado paliativo oncológico no Rio de Janeiro. Utilizada entrevista semidirigida buscando avaliar o impacto e a expectativa do tratamento antiálgico, com amostra definida por saturação de conteúdo. Realizada análise de conteúdo com discussão a luz da Medicina Baseada em Valor. Em paralelo, um estudo descritivo da unidade, incluindo perfil populacional e terapêutico foi elaborado incluindo todos os pacientes internados entre 1º/09/2016 e 30/11/2016 com acompanhamento longitudinal da internação através de revisão de prontuário, obtendo diariamente escala Karnofsky Performance Status (KPS), Escala Verbal Numérica (EVN), medicação usada, paraefeitos. Foram entrevistados 20 pacientes, emergindo as categorias e subcategorias: relação profissional-paciente (interpessoal e intrainstitucional) e gestão do próprio cuidado (tomada de decisão, dor como indicador, espiritualidade como estratégia de enfrentamento e avaliação do tratamento). A relação médico-paciente foi observada em vários estágios, desde paternalista a compartilhada. A dor se mostrou muito impactante, sendo observadas as representações: dor como doença, dor normal, dor como eixo condutor (atividades básicas e complexas da vida diária e mediação do tratamento), dor como fonte de reflexão e dor como sinal de finitude. Durante o período estudado, 399 pacientes compuseram 461 episódios de internação, sendo 429 (93%) com o sintoma dor (controlada ou não). A idade média foi 62 anos e tempo de internação médio de 8 dias. A internação foi motivada por dor em 18% dos casos e em 35% o sintoma dor não estava controlado. Destes, a EVN foi quantificada como zero após 2 dias em média. Segundo a Escada Analgésica da OMS, 29% estavam no primeiro degrau, 11% no segundo e 82% no terceiro. O uso do analgésico comum e de adjuvante foi observado em mais de 80% dos episódios. A dose média equivalente de morfina oral foi 117mg/dia. A dor é um sintoma complexo e igualmente deve ser seu tratamento. Os profissionais devem adotar uma abordagem sensível as necessidades dos pacientes, para que o sintoma possa ser controlado de forma eficaz. A elaboração precoce do plano de cuidados com participação ativa do paciente auxilia na adequada avaliação do tratamento para controle da dor. O controle da dor obtido no presente estudo foi superior ao descrito na literatura, com dose média de morfina semelhante, porém com maior proporção de uso de adjuvantes e opioides fortes. |