Capitalismo dependente e classes sociais: as relações políticas e econômicas da grande burguesia interna brasileira
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21813 |
Resumo: | Esta Tese tem como objeto as relações políticas e econômicas da grande burguesia interna brasileira no capitalismo dependente neoliberal, fase para a qual transita o capitalismo brasileiro a partir da década de 1980 e que se consolida da década de 1990 até a atualidade, constituída pelo padrão exportador de especialização produtiva brasileiro, pelo Estado dependente neoliberal e pela ideologia neoliberal. A burguesia interna, nos termos concebidos pelo intelectual marxista grego Nicos Poulantzas, é uma fração burguesa atravessada tanto por relações de dependência quanto de conflito com o capital estrangeiro imperialista e traduz tal ambivalência em uma movimentação política pendular na conjuntura, assim como em uma característica fragilidade político-ideológica. Objetiva-se desvelar os elementos que determinam a ambivalência econômica e o movimento pendular político do extrato superior da burguesia interna brasileira e a relação que esses elementos estabelecem entre si e com as tendências estruturais do capitalismo dependente neoliberal do país, de forma a compreender quais entre eles prevalecem enquanto determinantes para a própria conceitualização dessa fração de classe para caso concreto da formação econômico-social nacional. A principal hipótese pela qual a pesquisa se norteou é de que os elementos que determinam a dependência da grande burguesia interna frente ao capital estrangeiro no capitalismo neoliberal brasileiro detêm um caráter preponderante em relação àqueles que determinam os conflitos dessa fração de classe com esse capital, embora ambos se façam presentes em suas relações de classe. Para o desenvolvimento da análise, realiza-se, na primeira parte da Tese, uma exposição dos determinantes estruturais do capitalismo neoliberal dependente brasileiro, recorrendo às categorias e conceitos situados em uma intercessão teórica entre a Teoria Marxista da Dependência e a Teoria Poulantziana das Classes Sociais. Na segunda parte da Tese, analisa-se a) a movimentação política da grande burguesia interna brasileira da década 1980 a 2022, por meio da observação da articulação entre política estatal, bloco no poder e frações de classe nas diferentes fases do capitalismo dependente neoliberal; e b) as relações econômicas de uma amostra da grande burguesia interna entre meados da década de 1990 até 2022 por meio da investigação das fases do ciclo do capital de tais grupos econômicos, em especial da incidência das leis tendenciais da dependência sobre elas. Esta amostra é constituída pelos grupos denominados “campeãs nacionais”, que receberam financiamento do BNDES no período dos governos do Partido dos Trabalhadores (PT). As conclusões gerais do trabalho apontam para a) a existência de uma movimentação política pendular da grande burguesia interna no período investigado, embora sem o enfrentamento aberto às formas institucionais do poder estrutural do capital financeiro e b) a indicação de elementos relevantes de dependência e conflito com o capital estrangeiro nas relações econômicas da grande burguesia interna, embora os elementos referentes à dependência, por serem mais perenes e em alguns casos terem se agravado ao longo do tempo, prevaleçam sobre os elementos de conflito, os quais se relacionam mais diretamente com mudanças conjunturais. |