Como desobedecer: uma análise do disciplinamento em dicas escolares
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17406 |
Resumo: | Nosso material de pesquisa é composto por seis textos de dicas de disciplina, que oferecem estratégias para a correção de comportamentos discentes tipicamente denominados como “indisciplinados”. Publicados entre os anos de 2012 e 2019, tais textos nos levaram a compreender de que modo os alunos eram disciplinados para fazermos a crítica ao disciplinamento. Para cumprir com esse objetivo, selecionamos os enunciados que continham o sintagma o(s) aluno (s) seguido de verbo(s). Esses materiais léxicos funcionaram como marcas de entrada para a análise. Desenvolvemos essa análise com base nas noções da Análise do Discurso, segundo a qual a linguagem é compreendida enquanto meio de interação entre interlocutores (BAKHTIN, 2018), o enunciado enquanto unidade material da comunicação (BAKHTIN, 2018), os gêneros de discurso como dispositivos de comunicação (MAINGUENEAU, 2013, 2015, 2016; AGAMBEN, 2005) e as disciplinas enquanto métodos que permitem o controle minucioso do corpo (FOUCAULT, 2014). Obtivemos como resultados que o disciplinamento exerce um controle sobre os alunos, atuando através da organização da sala de aula, do estabelecimento de regras, da prescrição de atividades e da resolução de conflitos. Esses resultados levaram a descobrir que o disciplinamento exercia também controle sobre a prática dos professores, pois contava com a ajuda desses profissionais para o controle do comportamento discente. Assim, buscamos verificar também como as dicas disciplinavam professores, os interlocutores das dicas. Desta vez, obtivemos como resposta que o disciplinamento atuava não só organizando os enunciados – em títulos, em espaços intercalados, em números -, mas também em nome da organização da sala, do cumprimento às regras, da produtividade dos conteúdos e do conflito entre alunos. Posteriormente, pensamos as obediências discente e docente como efeitos subjetivos produzidos pelas circunstâncias disciplinarizantes de sala de aula. Nosso objetivo maior é delinear essas circunstâncias, mostrando o quão insuportáveis são, de modo a incitar professores e alunos a desobedecê-las. Para tanto, realizamos uma descrição da provocação cínica (GROS,2018), para os professores; e da insurreição (GROS, 2018), para os alunos, como estratégias para deslocar o disciplinamento |