Violência de gênero online: tecno-silenciamentos e resistências nas redes sociais no Brasil (2010-2022)
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Sociologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22956 |
Resumo: | Esta tese objetiva analisar o fenômeno da violência de gênero online (VGO) e suas implicações sobre a participação de mulheres jornalistas, ativistas e políticas nos espaços de discussão digital, localizados nas redes sociais no Brasil, adotando como recorte o momento de expansão do uso destes espaços para o debate político, ou seja, a partir de 2010. Para isso, a tese conta com uma abordagem multi-métodos. De um lado, foram realizadas oito entrevistas semiestruturadas e em profundidade com mulheres selecionadas a partir de estudos de caso. De outro, foram analisados os discursos oficiais das principais companhias de redes sociais no Brasil, i.e., Google, Meta e Twitter, de 2016 a 2021, a partir de análise de uma base de dados com 410 de suas notícias oficiais em inglês e de 102 notícias oficiais em português. Os resultados das entrevistas revelam que mulheres que sofreram ataques online identificam o gênero como um elemento crítico na geração de um tipo específico de violência online, que impõe impactos significativos sobre suas atuações públicas nas redes. Mulheres pretas e pardas possuem a mesma percepção, com o agravante da racialização. Essas mulheres tendem a internalizar os custos dessa violência, recorrendo frequentemente ao silenciamento como mecanismo de defesa para atenuar ou evitar ataques. Outro achado importante é a ambiguidade das políticas das plataformas no que tange a definição e o tratamento de discurso de ódio e VGO, elemento complicador para a denúncia e a busca por reparação por parte das vítimas. Ainda, a análise dos discursos oficiais sugere que as redes sociais são atores deste fenômeno, com valores específicos que norteiam a aplicação aplicação ineficaz de suas regras para a moderação de conteúdo nocivo e o funcionamento de seus algoritmos de recomendação. Este trabalho conceitua como tecno-silenciamento tais práticas de governança privada que restringem a expressão. A tese obstina, portanto, contribuir para a literatura especializada ao elucidar como relações de poder imbricadas nas redes sociais moldam as experiências de violência de gênero online e silenciamento, ressaltando a necessidade de uma compreensão mais profunda deste dispositivo na sociologia digital e nos estudos de gênero. |