Lajedo de Soledade (Apodi, Rio Grande do Norte): fossildiagênese de vertebrados quaternários, sedimentologia e estratigrafia
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Geociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22922 |
Resumo: | O Lajedo de Soledade, uma grande exposição de rochas carbonáticas da Formação Jandaíra, apresenta muitas ravinas e cavernas formadas a partir da ação de processos cársticos nas falhas e fraturas NE-SW e NW-SE presentes no local. As ravinas se encontram preenchidas por sedimentos quaternários contendo restos de vertebrados. Estudos foram feitos neste local, variando de estudos taxonômicos a tafonômicos, entretanto sem controle estratigráfico. Este trabalho visa compreender a história fossildiagenética assim como a sedimentar deste importante sítio paleontológico durante o Quaternário com base em análises sedimentológicas, estratigráficas e fossildiagenéticas. Os dados revelaram que uma forte sazonalidade afeta o lajedo desde o início do Quaternário. Alta disponibilidade de água foi um fator importante para o processo de formação de calcita pela lixiviação dos íons dos carbonatos da Formação Jandaíra seguido pela precipitação deste mineral. Esta alta disponibilidade também foi um fator importante para a acumulação de íons necessários, pelo mesmo processo de lixiviação das rochas no entorno, para a precipitação de goethita e magnesita durante períodos de seca. Os períodos de seca são responsáveis pela formação de fraturas de ressecamento observadas em várias lâminas, assim como por proporcionar as condições adequadas para a precipitação de goethita e magnesita nos fósseis e sedimentos. A calcita e goethita possuem mecanismos secundários de formação, com a calcita sendo pela dissolução do material original dos ossos e goethita possivelmente pela alteração de pirita originalmente formada como resultado do decaimento da matéria orgânica inicialmente presente. Estes minerais são os principais precipitados, mas outros secundários estão presentes, a halita e hidroxiapatita. O principal mineral clástico observado é o quartzo, com alguns grãos possuindo uma complexa história. Alguns grãos apresentam cimento no seu entorno, podendo este ser formado antes ou depois da sua deposição dentro do poro, mas certos poros apresentam uma grande massa de cimento englobando vários grãos de quartzo. Os dados obtidos a partir das análises dos sedimentos da Ravina das Araras podem ser inferidos para a camada de sedimentos da Ravina do Leon. Foram identificadas três camadas para a Ravina das Araras, as camadas A, B e C. Os sedimentos destas camadas definem o vento como agente principal de transporte, com a água sendo um agente secundário. Entretanto, existe uma gradual mudança de padrão desde a camada mais profunda, a camada A, até a mais superficial, a camada C, onde a água aos poucos se torna um agente de transporte mais importante. Esta transição permite inferir uma gradual mudança das condições climáticas durante o Quaternário, com um clima inicialmente mais seco aos poucos se tornando mais húmido. Os dados fossildiagenéticos apresentados são compatíveis com observações feitas sobre outras localidades na América do Sul que definem substituição por óxido de ferro e carbonato e óxido preenchendo os poros como sendo os processos mais comuns nesta região, assim como uma forte sazonalidade presente desde o Mioceno. |