Então tu é machorra : masculinidades de mulheres na literatura brasileira
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6222 |
Resumo: | Esta dissertação de mestrado tem como objetivo refletir sobre a representação das masculinidades de mulheres lésbicas na literatura brasileira escrita por mulheres, a partir da segunda metade do século XX, com ênfase na década mais recente do século XXI. Para tal, são abordados o romance Eu sou uma lésbica [(1980) 2006], de Cassandra Rios, publicado em formato de folhetim em 1980 e os contos Amora , Botina e Flor, flores, ferro retorcido do livro Amora (2015), da escritora Natalia Borges Polesso. São analisadas as formas como são (re)tratadas as mulheres lésbicas que se afastam dos aspectos considerados parte da noção de feminino hegemônico e se aproximam de configurações diversas de gênero, não necessariamente sempre masculinas. Além disso, reflete-se sobre o papel e as propostas criativas e políticas da escrita de autoria feminina e lésbica contemporânea no Brasil, que desestabilizam o cânone literário e os modelos de representação lésbica estereotipados. Para desenvolvimento deste trabalho foram entrevistadas as autoras Diedra Roiz, Drikka Silva e Natalia Borges Polesso para refletir sobre a literatura lésbica e sobre a presença das masculinidades de mulheres em suas obras e na produção poética de autoria lésbica. São utilizados como embasamento teórico a teoria queer (BUTLER, 2015; HALBERSTAM, 2008), os estudos literários (FACCO, 2004; DALCASTAGNÈ, 2012), os estudos sobre lesbofeminismos (SOARES; COSTA, 2011; ALMEIDA; HEILBORN, 2008) e as entrevistas realizadas com as três escritoras contemporâneas. Este trabalho se encaminha em busca de uma poética sapatão , configurada por textos de autoria lésbica que viabilizam histórias de mulheres fora dos padrões de feminilidade dominantes, de forma diferente do que se constata em geral em outros meios de comunicação nos quais a existência dessas mulheres é constantemente negada ou transformada em humor. Dessa forma, parte-se da obra de Cassandra Rios, escritora pioneira na representação de subjetividades lésbicas, para abordar produções literárias atuais que, seguindo o rastro de Rios, retratam personagens complexas e diversas. Verifica-se, ao longo desta pesquisa, que a poética sapatão aponta para a multiplicidade de identidades lésbicas e de masculinidades de mulheres possíveis, para além dos estereótipos relacionados ao jeito de se portar, atividade laboral, práticas sexuais e modos de se relacionar com outras mulheres. |