Modificações na orla e impactos da influência humana na macrofauna bentônica de praias arenosas na Baía da Ilha Grande (Rio de Janeiro)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Abude, Rayane Romão Saad
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Oceanografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18624
Resumo: Praias arenosas são sistemas ecologicamente e socialmente complexos de interação continente-oceano. Invertebrados de diferentes grupos taxonômicos habitam as praias, no entanto, por serem ambientes de alto valor socioeconômico, a elevada frequentação por pessoas desencadeia uma série de impactos antrópicos sobre estes ecossistemas. O Brasil apresenta largas extensões de áreas costeiras ainda preservadas, com considerável biodiversidade, que podem estar propensas à planos urbanísticos e especulação imobiliária nas próximas décadas. Entender como estas áreas vem sendo afetadas pelo aumento das atividades humanas e da expansão urbana é fundamental para a compreensão dos impactos futuros sobre a diversidade. A Baía da Ilha Grande apresenta uma variedade de praias arenosas expostas e protegidas da ação de ondas, incluindo desde aquelas sem modificações até praias fortemente descaracterizadas. O objetivo deste estudo foi compreender a influência da urbanização nos ecossistemas praiais da Baía a partir do estudo das interações entre variáveis biológicas, condições ambientais e intervenções humanas. No capítulo 1, foi determinada a expansão temporal da malha urbana no entorno imediato das praias e verificouse sua relação com perda ou ganho de área de praia entre 2001 e 2019. No capítulo 2, foram caracterizados os tipos e graus de impacto em cada praia e verificadas suas influências na macrofauna bentônica. As praias protegidas da ação de ondas apresentaram maior taxa de urbanização em seu entorno e não foi constatado um padrão temporal para a aumento ou diminuição da área das praias. Praias expostas apresentaram maior amplitude de variação na área de praia, em função do maior dinamismo dos processos de erosão-acreção. A maior perda de área de praia constatada (Dois Rios, 39%) não foi relacionada à urbanização no entorno, evidenciando o papel da localização geográfica e fatores oceanográficos para o balanço sedimentar nas praias. A maior densidade geral de organismos foi verificada na praia mais impactada (Anil), demonstrando que as praias deste estudo densidade geral de organismos não é isoladamente um bom indicador para avaliar saúde de praias. No entanto, para as praias expostas à ação de ondas, a densidade do isópode Excironala braziliensis, seguiu um gradiente de qualidade ambiental, o que aponta a esta espécie como um bom indicador de saúde ambiental das praias expostas avaliadas. A partir das densidades de E. braziliensis e sua relação com os descritores de atividades antrópicas, foi possível realizar a indicação de praias prioritárias à conservação. O mapeamento pode ajudar a conduzir os futuros planos urbanísticos.