O sertão vira Brodósqui, Brodósqui vira sertão: Portinari e um imaginário nordestino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Villa Lobos, Flávia Cavalcanti da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18693
Resumo: Esta dissertação propõe analisar os quadros da Série Retirantes, de Cândido Portinari (Retirantes, Criança morta e Enterro na rede), considerando-os como textos integrantes de uma rede de discursos acerca da Região Nordeste do Brasil, sobretudo aqueles que auxiliaram a construir o imaginário de um território sinônimo de ausência, associado à ideia de miséria e ignorância. Além disso, o estudo pretende estender o debate das obras selecionadas de Portinari de forma a abranger temas como as faces da precarização e diásporas contemporâneas, assuntos que, denunciados pelo pintor na década de 1940, hoje podem ser revisitados, assumindo dizeres mais próximos da realidade com que nos confrontamos. Tomando por base a literatura de Mikail Bakhtin, Dominique Maingueneau e Michel Foucault, objetiva-se demonstrar que as pinturas portinarescas podem, sim, assumir todo o potencial discursivo que qualquer texto escrito ou oral possui, influenciando e sendo influenciado por outras obras – literárias ou pictóricas –, compondo a imensa trama de falas sobre o que se supõe ser esse território que denominamos Nordeste. Para exemplificar essa grande teia de discursos, foram analisadas três capas da revista Veja, cujo tema versa sobre o Nordeste, e três desenhos de seguidores da página do Museu de Arte de São Paulo (MASP) na rede social Instagram, que participaram de um concurso baseado no quadro Retirantes. A partir desse corpus pôde-se verificar a forma como os quadros se relacionam com os dizeres sobre o território nordestino, mas também ultrapassam as fronteiras geográficas e dialogam com os temas de miséria, precarização da vida humana e diáspora em outros contextos que fogem ao inicialmente proposto por Portinari.