Na Trama do Direito: a judicialização dos conflitos com crianças e adolescentes acolhidos institucionalmente em São Gonçalo (2009-2012)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Figueiredo, Natalia da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Serviço Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16073
Resumo: A presente dissertação tem por finalidade estudar as formas de "controle social da pobreza" materializadas nos processos de judicialização dos conflitos com crianças e adolescentes atendidos nos equipamentos de acolhimento institucional e pelas Varas da Infância, Juventude e Idoso, do município de São Gonçalo, região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro. Entendemos que com o Estatuto da Criança e do Adolescente a expectativa era de desjudicializar a infância. Todavia, os fatos parecem indicar para a tendência oposta. Ao empregar a linguagem de direitos na assistência às criança, aos adolescentes e suas famílias, as instituições passaram a conduzir seus conflitos para o interior do Poder Judiciário. Esta tendência se reflete nas Instituições de Acolhimento, principalmente, após a aprovação da lei 12.010/09, que institui as audiências concentradas. Partindo da perspectiva crítica marxista do direito e do Poder judiciário, procuramos compreender este processo como parte de um movimento mais geral de judicialização da pobreza. Com base na análise das normatizações das políticas sociais para crianças e adolescente e da investigação no trabalho de campo, entendemos que se antes do Estatuto, a execução do direito se dava no sentido de retirar as crianças de suas famílias para confiná-las em instituições que atendiam a política do menor, atualmente a tendência é de empregar a norma jurídica para reduzir o número de crianças e adolescentes tutelados. Nesta condição, compreendemos que a judicialização de crianças e adolescentes acolhidos institucionalmente desvela um modo de atuação dos juizados, que antes de expressar o interesse ou de garantir o direito da criança ou adolescente serve para atender aos interesses do Poder Executivo, que se desencarrega da responsabilidade da proteção social às crianças e adolescentes, passando a sobrecarregar suas famílias, ou a transferir o problema para esfera privada como ocorre nos estímulos à adoção. Estas medidas refletem a forma como o Estado tem operado na restrição de políticas sociais, seguindo orientação das medidas neoliberais.