Área de vida, organização social e comunicação visual de Tropidurus do grupo semitaeniatus (Squamata:Tropiduridae)

• Ano de defesa: 2016
• Autor(a) principal: Passos, Daniel Cunha
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes; BR; UERJ; Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
• Palavras-chave em Português: Spatial ecology; Space use; Sociality; Mating system; Animal communication; Visual signaling; Lizards; Semiarid; Caatinga; Northeast; Brazil; Ecologia espacial; Uso do espaço; Socialidade; Sistemas de acasalamento; Comunicação animal; Sinalização visual; Lagartos; Semiárido; Nordeste; Brasil; Lagarto América do Sul; Lagarto - População; CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIA
• Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4957

Nesta tese, estruturada em quatro capítulos, foram abordados aspectos ecológicos e comportamentais de um grupo de lagartos endêmicos da Caatinga, os Tropidurus do grupo semitaeniatus. Especificamente, investigamos os padrões de uso do espaço, a estrutura de seus sistemas sociais, bem como o processo de comunicação visual em três espécies: T. helenae, T. jaguaribanus e T. pinima. No primeiro capítulo, analisamos a trajetória histórica dos estudos sobre área de vida de lagartos na América do Sul. Observamos que as pesquisas sobre área de vida de lagartos sul-americanos são escassas e que a informação acumulada é filogeneticamente e geograficamente restrita, com a maioria dos estudos focados em espécies da linhagem Iguania e desenvolvida na região noroeste da Argentina e sudeste do Brasil. Com base nesse cenário de limitação de informação, fornecemos uma diretriz básica para obtenção e análise de dados para futuros estudos sobre área de vida de lagartos. No segundo capítulo, buscamos a detecção de padrões de uso do espaço em lagartos saxícolas, através da investigação dos tamanhos das áreas de vida das três espécies-alvo. Não encontramos relação entre o tamanho das áreas de vida e o comprimento rostro-cloacal em nenhuma das espécies. Os tamanhos das áreas de vida também não diferiram entre os sexos, nem entre as espécies estudadas. Estes resultados sugerem que apesar dos diferentes papéis sociais de machos e fêmeas e das diferenças morfológicas interespecíficas, as contingências inerentes à saxicolidade são preponderantes para os padrões de uso do espaço em espécies altamente especializadas na utilização de ambientes rochosos. No terceiro capítulo, avaliamos a organização social dos lagartos Tropidurus do grupo semitaeniatus, através da análise da disposição e sobreposição das áreas de vida das três espécies supracitadas. Nós encontramos que não houve diferença nas porcentagens de sobreposição de áreas de vida entre associações espaciais intra e intersexuais em nenhuma das espécies. Além disso, o número de fêmeas espacialmente associadas a machos não esteve relacionado aos tamanhos das áreas de vida nem aos tamanhos corpóreos dos machos. Estes resultados reforçam a hipótese de que as espécies de Tropidurus do grupo semitaeniatus não costituem espécies territoriais e, na verdade, se organizam provavelmente em hierarquias de dominância. No quarto capítulo, fornecemos informações sobre a comunicação por sinalização visual do gênero Tropidurus, caracterizando e comparando a estrutura das exibições visuais das três espécies estudadas. Nós diagnosticamos duas principais categorias de exibições, de asserção e de desafio. As exibições de asserção apresentaram padrões únicos de cabeceios em cada espécie, enquanto as exibições de desafio foram relativamente mais conservadas interespecificamente, sugerindo um possível efeito filogenético na evolução deste tipo de exibição