Um paíz de poucas lettras? Experiências de educabilidade, instrução obrigatória e analfabetismo na Cidade Maravilhosa (1900-1922)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Almeida, Cíntia Borges de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10463
Resumo: Se na busca de evocar o passado escolar, acenderem-se luzes sobre o questionamento historiador das relações com o tempo, com as ferramentas certas, instaurando um vaivém entre o presente e o passado, é possível se surpreender com as narrativas reveladas. Nas tramas dos discursos em torno das histórias da educação, nota-se a constituição de processos históricos que foram rompidos ou se mantiveram permanentes nos dias atuais. São os casos dos três principais pilares que estruturam esta pesquisa: as experiências de educabilidade, o ensino obrigatório e o analfabetismo; questões encontradas nas pautas de diferentes contextos. Apoiado na perspectiva da História Cultural, este estudo traz para a reflexão os discursos localizados em alguns impressos, com ênfase para os jornais O Tico-Tico, A Eschola, O Imparcial, O Malho, O Paíz, O Correio da Manhã, da cidade do Rio de Janeiro, no período analisado de 1900 a 1922, procurando dar visibilidade à parte do debate educacional que envolvia o apontamento da obrigatoriedade do ensino primário como a solução para o problema do analfabetismo, registrado como um mal social . Com a chegada da comemoração do Primeiro Centenário da República, a análise das rupturas e das permanências dos discursos em torno da implementação da obrigatoriedade na capital nacional permite pensar a ideia da modernidade republicana como uma representação forjada, além de desnudar uma disputa de forças distintas pela educação que utilizava estratégias de poder e se inseria em um jogo político, social, econômico em prol de um ideário nacional. A justificativa desta pesquisa consiste, principalmente, em mostrar a importância de se compreender o problema do analfabetismo e a suposta solução da obrigatoriedade da instrução a partir do registro de diferentes experiências educativas, formais e informais. Essa observação permite esquadrinhar o processo político e social de cada uma das realidades pesquisadas, o modo pelo qual a política educacional em destaque foi discutida e tratada por agências públicas e particulares envolvidas com um projeto de sociedade. Indicar tais experiências e destacar os diferentes discursos sobre a instrução obrigatória possibilita dar vista à questão da disseminação de ensino popular como uma medida debatida amplamente, fosse por forças distintas, como, também, em espaços variados, chegando ao esclarecimento de que a escola moderna não se constituiu uma forma única. Ela era plural e se compôs a partir da responsabilidade de diferentes forças que definiram sua estrutura, seu papel e até mesmo quem dela faria parte