O devir grotesco: corpo, identidade e gênero na dança contemporânea
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Comunicação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8861 |
Resumo: | A presente tese se dedica a refletir sobre corpos, identidades e gênero através do estudo da estética grotesca na dança contemporânea. O objetivo da pesquisa foi investigar a possibilidade de um novo modo de compreensão do grotesco na cultura através da observação de estratégias de estetização do fenômeno. O objeto de estudo desta pesquisa foi o trabalho do coreógrafo André Masseno (RJ), que evoca problemáticas de identidade e de gênero e a discussão sobre qual o corpo para a dança e para a sociedade de hoje. Foram observados o tratamento artístico e os dispositivos utilizados para construção do efeito corpo-grotesco nos espetáculos e o posicionamento do artista com o uso da estética grotesca nas obras. O embasamento teórico do estudo investiu na compreensão do fenômeno grotesco nos âmbitos histórico, estético/artístico e social e a sua contextualização na contemporaneidade. Primeiramente, optou-se por esclarecer a gênese do grotesco como ornamentação, considerando que os modos de compreensão do fenômeno ali se encontram desde a origem do termo. Foram utilizadas duas abordagens teóricas em especial sobre o conceito, de Mikhail Bakhtin e de Wolfgang Kayser, que, além de proporcionar o melhor entendimento da estética grotesca, motivaram as discussões sobre carnavalização do corpo e dispositivos cênicos grotescos para a dança. Foi preciso refletir sobre corpo e alteridade: sobre como o corpo se encaixa nos processos de construção identitária, a sua relação com o outro e a diferença; sobre o funcionamento dos processos sociais de categorização e ordenação e, por consequência, de exclusão dos comportamentos e corporalidades considerados não adequados , abjetos e desviantes das normatizações sociais. Foi relevante pensar sobre a relação corpo e comunicação, refletir sobre uma permeabilidade corporal com seu entorno na construção das subjetividades e dos códigos de linguagem e como isso transparece no tratamento artístico da dança. Para esta investigação pensou-se o grotesco como um dispositivo artístico de deslocamento representacional , em que o fenômeno, com a sua ambivalência e a sua capacidade de transformação e de mudança, pode ajudar a discutir sobre os processos também dinâmicos das novas conformações e exigências sociais da contemporaneidade, como os processos de subjetivação, de identificação e de gênero. O grotesco se mostra um instrumental potente para trabalhar as artes e a dança em sua função de refletir sobre as corporeidades, fazer repensar o mundo, suas regras e normatividades. O grotesco desloca as representações estáticas e, assim, nos coloca para refletir sobre a sociedade, nossos hábitos e condicionamentos. Considerando a velocidade e variabilidade das transformações sociais e o reflexo na constituição dos corpos e subjetividades, foi proposto na discussão deste estudo a compreensão de um grotesco em devir , que se mostra mais adequado para pensar sobre a pluralidade e as ambiguidades de identidade e de gênero na vida e no tratamento estético e artístico da dança |