O cinema trágico-poético de Pier Paolo Pasolini: Appunti per un Orestiade africana, Édipo Rei, Medeia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Oliveira Neto, Ulysses Maciel de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6126
Resumo: Esta tese tem por objeto textos que se voltam para o homem: o cinema trágico- poético de Pier Paolo Pasolini e as tragédias gregas clássicas. Este autor de cinema se debruçou sobre os textos trágicos, pois via neles um fundamento político, ou seja, a superação pela razão de um passado arcaico do homem, que gerava sua incerteza existencial. Primeiramente, tendo traduzido a Oréstia, de Ésquilo, o diretor italiano identificou nesse texto aquilo que ele, como humanista que era, desejava fosse alcançado pelo homem moderno: a superação do medo causado pelo irracional que sempre habitou a mente humana. Esta interpretação da Oréstia, aliada às convicções previamente firmadas pelo diretor e poeta a capacidade dos ingênuos de formar uma nova ideologia e a persistência no homem moderno de certa irracionalidade domada pela razão levou à realização do filme Appunti per un Orestiade africana (1967), um filme otimista quanto ao triunfo da razão. Tendo feito esses apontamentos, Pasolini jamais rodaria seu filme sobre a Oréstia, passando a uma perspectiva pessimista, com a filmagem de Medeia (1969), cuja frase final da personagem- título Nada mais é possível doravante aponta para Salò, o último filme que ele realizou, marcado pela desesperança, pouco antes de morrer assassinado. Édipo Rei (1967) foi o primeiro dos filmes trágicos e o mais mítico deles. Neste último ainda persistem as convicções de Pasolini apontadas acima, o que o identifica com Accattone (1961), conforme declarou o próprio diretor, e indica também a linha da análise crítica realizada nesta tese. Com base na crítica especializada (Canevacci e Fusillo) foi possível demonstrar a peculiar adaptação do trágico ancestral ao cinema de poesia pasoliniano, através de uma filmografia ideologicamente infensa a concessões à indústria cultural