Wittgenstein e a gramática da consciência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Gurgel, Diogo de França
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12278
Resumo: O trabalho que se segue tem por fim evidenciar e solucionar certas dificuldades a que fica exposto o argumento da linguagem privada, apresentado em obras da chamada segunda fase do pensamento de Wittgenstein, uma vez que se demonstra a fundação necessária desse argumento na tese de que o aprendizado da linguagem tem por base práticas de treinamento. Ao explicar como é possível que nosso vocabulário psicológico tenha efetivamente sentido em nossa linguagem, Wittgenstein critica a idéia de que palavras como dor e frio adquirem seu significado por atos de introspecção e afirma que a concepção de que a linguagem funciona de modo meramente descritivo é decorrente de uma série de equívocos filosóficos. Seguindo essa linha de argumentação, Wittgenstein apresenta a tese de que as técnicas de emprego de nosso vocabulário psicológico teriam por base certos treinamentos em que aprendemos a substituir comportamentos pré-linguísticos por comportamentos lingüísticos, com, por exemplo, a substituição do grito pela enunciação de sentenças como Eu tenho dor . A hipótese que se defende na presente pesquisa é de que tal tese que denomino tese do uso expressivo da linguagem talvez possa ser suficiente para explicar a gramática de palavras como dor e frio , mas não o é para explicar a gramática de palavras cujos significados não remontam a nenhum comportamento peculiar. Esse é o caso da palavra consciência , um claro exemplo de expressão amplamente empregada na linguagem corrente e também muito cara aos estudos tradicionais de epistemologia e metafísica que não pode ter seu aprendizado explicado pelos argumentos apresentados por Wittgenstein nas Investigações Filosóficas. Tendo-se exposto a dificuldade e demonstrado-se que sua solução não pode ser encontrada na obra citada, procura-se resolvê-la com base na última obra de Wittgenstein, intitulada Sobre a Certeza, onde estão expostas idéias até então inéditas acerca do caráter indubitável de certas proposições em determinados jogos de linguagem e da possibilidade de enunciação de regras.