Trançando capitalismo, complexidade e ambiente no estudo da formação acadêmica em Ciências Ambientais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Dias, Guilherme Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Multidisciplinar
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14243
Resumo: A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) criou a área de Ciências Ambientais, em 2011, com o objetivo de reconhecer e estimular Programas de Pós-Graduação que trabalhem na perspectiva da indissociabilidade entre sistemas antrópicos e sistemas naturais, dada a complexidade das associações entre humanos e ambientes. A relação entre sociedade e meio ambiente tende a ser vista, em muitos casos, sob o enfoque das relações técnicas, sem que haja, de forma complementar, uma discussão sobre as relações sociais, isto é, entre humanos. Diante da crise socioambiental no âmbito do sistema capitalista, o estudo das relações sociais é imprescindível para entendermos as relações técnicas. Assim sendo, algumas questões são postas às Ciências Ambientais: a forma hegemônica de geração do conhecimento, por meio de um paradigma científico analíticoreducionista, consegue cumprir o objetivo da área? A formação acadêmica e a produção de conhecimento em Ciências Ambientais sinalizam para novas formas de geração do conhecimento que incorporem contradições, emergências e incertezas? As Ciências Ambientais produzem conhecimento crítico sobre as relações sociais no capitalismo e apresentam alternativas para além do capital? O capitalismo é sustentável? O capitalismo pode vir a ser sustentável? Diante disso, a presente tese apresenta um estudo sobre a formação acadêmica em Ciências Ambientais no Brasil, mais especificamente sobre como essa área tem contribuído para a geração de conhecimento complexo, crítico e propositivo. Diante disso, a pesquisa empírica realizada nessa tese verificou como os Programas de Pós-Graduação na área de Ciências Ambientais no Brasil, em seus Cursos de Doutorado, têm discutido as relações entre capitalismo e ambiente. Por meio do procedimento metodológico da Análise de Conteúdo Temática, foram analisadas as descrições dos objetivos, das linhas de pesquisa e das disciplinas obrigatórias dos Cursos de Doutorado em Ciências Ambientais brasileiros, a partir dos dados disponíveis na Plataforma Sucupira/Coleta CAPES e nos sites dos Programas. Constatou-se que, embora de um modo geral os Programas manifestem a busca pela interdisciplinaridade e pelo desenvolvimento sustentável, ainda há grandes desafios no sentido de debater as relações sociais nas questões socioambientais com base num paradigma científico complexo. Por fim, a presente tese sugere práticas que podem vir a ser adotadas pelos Programas, a fim de promover uma formação acadêmica mais reflexiva sobre a produção do conhecimento socioambiental numa perspectiva sistêmico-complexa e, consequentemente, promover teses mais críticas ao capitalismo e propositivas de alternativas sistêmicas, visando à construção de sociedades sustentáveis, em seus diversos aspectos.